Trabalho do Laboratório de Epidemiologia da Ufes é premiado em workshop nacional

14/09/2023 - 16:22  •  Atualizado 15/09/2023 18:32
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Uma pesquisa desenvolvida pela equipe do Laboratório de Epidemiologia da Ufes (Lab-Epi Ufes) conquistou o 2º lugar do prêmio Jovem Pesquisador no X Workshop Nacional da Rede-TB (Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose). O evento foi realizado em Salvador entre os dias 10 e 13 de setembro e aconteceu em parceria com o 58º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop).

O trabalho Completude do tratamento preventivo da tuberculose com isoniazida na apresentação 300mg: resultado preliminar de um ensaio clínico pragmático foi apresentado pelo pesquisador João Paulo Cola (foto), graduado em Enfermagem, com mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Ufes. O objetivo foi analisar a maior probabilidade de completude do Tratamento Preventivo da Tuberculose (TPT) com a medicação isoniazida (INH) na apresentação de um comprimido de 300 miligramas.

Cola é autor do estudo, juntamente com a coordenadora do Lab-Epi Ufes, Carolina Sales; os professores do Departamento de Enfermagem do campus de Maruípe Ethel Maciel e Thiago Prado; as professoras do Departamento de Enfermagem do campus de São Mateus Anne Caroline Vieira e Keila Cristina Mascarello; e a professora do Departamento de Computação e Eletrônica do campus de São Mateus Silvia Rissino. O trabalho contou ainda com a colaboração dos pesquisadores da Universidade de Brasília Bárbara Manuella Alves, Noemia Tavares e Wildo Araújo.

Sobre o estudo

O tratamento preventivo da tuberculose evita o desenvolvimento da doença ativa em pessoas já infectadas. Atualmente, esse tratamento se dá com três comprimidos de 100 miligramas de isoniazida e registra um significativo índice de abandono por parte dos pacientes. O estudo apresentou um ensaio clínico que comparou pacientes que tomavam a medicação na dosagem tradicional (três comprimidos de 100 miligramas) com pessoas que tomaram uma nova formulação do medicamento, com um comprimido de 300 miligramas. Foram acompanhadas 222 pessoas com idade média de 43 anos nos estados do Paraná, Minas Gerais, Ceará e Espírito Santo, e no Distrito Federal, sob a coordenação do Lab-Epi Ufes.

A coordenadora do Laboratório relata que, durante a análise, 91 pessoas completaram o tratamento preventivo, sendo 55 pessoas do grupo que tomou a nova formulação (INH 300 miligramas) e 36 do grupo que tomou a medicação tradicional (INH 100 miligramas).

“Os pacientes do grupo intervenção, que tomaram a nova formulação de INH 300 miligramas, tiveram mais chance de concluir o tratamento do que as pessoas que tomaram a medicação convencional de 100 miligramas. Assim, a introdução da INH na apresentação de 300 miligramas nos esquemas do TPT traz novas perspectivas e avanços para a completude do tratamento”, explica Carolina Sales.

A tuberculose é um grave problema de saúde pública e, até 2019, a doença era a primeira causa de óbito por um único agente infeccioso, tendo sido ultrapassada pela covid-19 desde 2020. O tratamento da infecção latente da tuberculose é uma estratégia a fim de controlar a doença antes que ela se torne ativa.

 

Texto: Thereza Marinho
Foto: Lab-Epi Ufes