Projeto Medicina na Rua realiza atendimento à população em situação de rua nesta sexta

24/03/2022 - 16:07  •  Atualizado 25/03/2022 15:42
Compartilhe

Nesta sexta-feira, 25, acontece a sexta ação do projeto de extensão da Ufes Medicina na Rua: um olhar ampliado, que oferece atendimento em diversas especialidades médicas à população em situação de rua. As consultas, previamente agendadas, acontecerão a partir das 13h30, no Centro Municipal de Especialidades de Vitória (Avenida Dario Lourenço de Souza, 120, Mário Cypreste, Centro).

O projeto de extensão foi criado a partir da pandemia da covid-19, em 2020. Professores da área de saúde da Ufes e médicos que não são da instituição formaram um grupo para oferecer assistência à população que vive em situação de rua e já tem acesso precário à saúde em tempos de normalidade. “Buscamos parceria com o município de Vitória para que o paciente em situação de rua pudesse entrar na rede de assistência do SUS”, conta a professora do Departamento de Medicina Social Brunela Madureira, que coordena o projeto de extensão.

As ações começaram em agosto de 2020. O Medicina na Rua passou a atuar em parceria com o Consultório na Rua, uma equipe multiprofissional, vinculada à Secretaria de Saúde de Vitória, e instituída em 2011 como estratégia da Política Nacional de Atenção Básica do Ministério da Saúde. “Nós agregamos o atendimento dos médicos especialistas junto à população em situação de rua de Vitória”, afirmou a professora.

Atualmente, estão à disposição dos pacientes dez médicos das especialidades Dermatologia, Pediatria, Psiquiatria, Neurologia, Ginecologia, Endocrinologia, Medicina de Família e clínica com especialização em dependência química. Também compõem a equipe profissionais de Odontologia que fazem avaliação e procedimentos simples, encaminhando os pacientes que precisam de tratamentos complexos ao Instituto de Odontologia da Ufes (Ioufes). Além dos profissionais, 23 alunos do curso de Medicina e dois de Odontologia atuam como extensionistas.

Agendamentos

A identificação das demandas de saúde e o agendamento das consultas ficam por conta da equipe do Consultório na Rua. A Prefeitura de Vitória garante o transporte dos pacientes. Outra parceira do projeto de extensão é a Pastoral do Povo da Rua, ligada à Arquidiocese de Vitória, que também encaminha pacientes para atendimento.

A cada mês são agendados três pacientes por profissional. “Na consulta, vamos identificando outras questões que podem ser trabalhadas naquele momento. Se o paciente está com vacina atrasada ou se precisa de uma consulta com outro especialista já faz ali mesmo. Se a gente identifica uma questão social tenta resolver ou encaminhar. Também pedimos autorização para testes rápidos, como de HIV, sífilis e hepatite”, informa Madureira.

A partir da entrada do paciente no cadastro do Consultório na Rua, ele passa a ser acompanhado ao longo do mês. Se houver necessidade, volta para a segunda consulta com os médicos do Medicina na Rua.

Apesar do trabalho realizado, a professora reconhece os limites do projeto, pois não há como atender a totalidade dos moradores em situação de rua da capital. “Quem está sendo atendido por nós são os pacientes cujas demandas foram identificadas pelo Consultório na Rua”, lembra ela. No ano passado, a equipe da Prefeitura acompanhou cerca de 700 pessoas.

Brunela Madureira aponta a necessidade de médicos de outras especialidades e profissionais de áreas afins se integrarem ao Medicina na Rua para que o atendimento à população de rua seja integral. “Voluntários são bem-vindos”, diz ela, que já está preparando o pedido para a renovação do projeto de extensão.

 

Texto: Sueli de Freitas
Foto: Equipe do projeto
Edição: Thereza Marinho