Em visita à Ufes, reitor da Universidade de Belas (Angola) renova acordo e busca apoio para enfrentar desafios da instituição

19/11/2025 - 14:47  •  Atualizado 21/11/2025 09:57
Texto: Tatiana Moura     Edição: Thereza Marinho
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Foto dos participantes da reunião: Patrícia Rufino, Alcemi Barros, Sonia Lopes, Pedro Kitoko, Maria José Pontes e Felipe Guimarães

A Ufes recebeu na manhã desta quarta-feira, 19, o reitor da Universidade de Belas (Angola), Pedro Kitoko. A visita teve como objetivo renovar o acordo existente entre as duas instituições, o que possibilitará que a Ufes auxilie a universidade africana em questões que visam a melhoria do ensino ofertado.

O reitor angolano foi recepcionado pela vice-reitora da Ufes, Sonia Lopes; pelo secretário de Relações Internacionais, Felipe Guimarães; pela chefe da Divisão de Acordos de Cooperação da Secretaria de Relações Internacionais (SRI), Maria José Pontes; pela assessora de Relações Políticas com a Comunidade Acadêmica, Patrícia Rufino; e pelo professor do Departamento de Educação Integrada em Saúde e coordenador do  Grupo de Estudos em Segurança Alimentar e Nutricional (Gesan), Alcemi Barros.

Na foto, da esquerda para a direita: Patrícia Rufino, Alcemi Barros, Sonia Lopes, Pedro Kitoko, Maria José Pontes e Felipe Guimarães.

Durante o encontro, Kitoko falou sobre a história da Universidade de Belas (criada em 2007), os cursos oferecidos e a infraestrutura da instituição, além de ressaltar pontos de fragilidade que o motivaram a conhecer a Ufes. Segundo ele, um dos desafios enfrentados nos dois anos em que está no cargo é a baixa qualificação do corpo docente, que se soma à escassez de produção científica e oferta de atividades de extensão. Outras preocupações são a baixa disseminação dos resultados das pesquisas realizadas, uma vez que há poucos periódicos científicos, os altos índices de violência doméstica, a insegurança alimentar e a insuficiência de parcerias internas e externas. Atualmente, as poucas parcerias existentes são com instituições brasileiras, devido à língua e a cultura, que são facilitadores.

Plano de ação

"O reitor ressaltou algo que consideramos essencial: a cooperação internacional é uma via concreta para fortalecer a ciência, a tecnologia e a formação de pessoas nos dois países. A Ufes tem enorme satisfação em colocar sua experiência acadêmica a serviço de parcerias que ampliem oportunidades e consolidem trajetórias científicas", disse Sonia Lopes. A ideia para amparar a Universidade de Belas, de acordo com a vice-reitora da Ufes, é a criação de um plano de ação vinculado a uma proposta de extensão. “Essa proposta vai culminar em um projeto básico, que futuramente pode ter um tipo de empenho financeiro, relacionado a alguns editais. Também podemos pensar na constituição de recursos para ampliar as ações do projeto de extensão”, assegura.

Para Pedro Kitoko, a proposta terá grande impacto. “Temos uma ideia clara do que é a Ufes e vai correr tudo bem, daqui a dois anos os frutos já serão muitos. A Ufes vai nos ajudar bastante, porque a parceria com a Universidade, em nível de país, não é algo recente, temos produtos concretos. O ministro de Ensino Superior fez o doutorado em Fisiologia aqui e o reitor da principal universidade angolana, a Agostinho Neto, também passou por aqui. A Ufes já têm produtos em Angola. Dificuldades não vão faltar, mas não trabalhamos baseados nelas, nós estamos determinados para qualquer tipo de enfrentamento e temos a certeza que tudo vai dar certo”, analisa.

Ele enfatizou ainda que o ponto-chave para fortalecer a relação entre as duas instituições é apostar no intercâmbio, “por ser uma forma de aprender com os outros, com outras dinâmicas e culturas. Queremos aproximar os povos dos dois países através da ciência e da tecnologia, e utilizar a experiência da Ufes para qualificarmos mais docentes. A mobilidade docente é fundamental”.

A vice-reitor da Ufes destacou que a Universidade acredita que a qualificação docente, o fortalecimento da iniciação científica e a mobilidade acadêmica são pilares fundamentais para o desenvolvimento das instituições de ensino superior. "Por isso, vemos com muito entusiasmo a possibilidade de ampliar a participação de docentes da UnIBELAS em nossos programas e de construir projetos conjuntos que impactem positivamente a formação universitária em Angola e no Brasil", afirmou.

Além do acordo com a Universidade de Belas, a Ufes possui acordos acadêmicos ativos com o Instituto Nacional do Café, com a Universidade Agostinho Neto e com o Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela. Com relação a intercâmbios, há nove estudantes angolanos em terras capixabas, sendo sete na graduação e dois na pós-graduação, nos cursos de Arquitetura, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia de Computação, Nutrição, Odontologia, Terapia Ocupacional, Doutorado Profissional em Educação e Mestrado em Saúde Coletiva. 

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