Ufes 68 anos: Solenidade marca a restauração do Monumento Universitário

05/05/2022 - 12:06  •  Atualizado 01/11/2022 09:27
Compartilhe

Como parte das celebrações dos 68 anos da Ufes, completados neste dia 5 de maio, a Administração Central da Universidade realizou uma solenidade para marcar a restauração do Monumento Universitário, localizado na área física do Centro de Artes, campus de Goiabeiras. Esta foi a primeira obra de restauro realizada na escultura, que é um dos símbolos da Ufes e completará 35 anos em junho.

A solenidade, realizada pela manhã, teve início com a apresentação de Luiza Mollulo e Carlos Papel, artistas e estudantes do curso de Música da Ufes. O evento contou com a presença do reitor da Ufes, Paulo Vargas; do vice-reitor, Roney Pignaton; do autor da obra, o professor aposentado da Ufes e artista plástico José Carlos Vilar Araújo; do assessor técnico, o engenheiro Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama; do superintendente de Infraestrutura, Alessando Mattedi; da diretora e da vice-diretora do Centro de Artes, Larissa Zanin e Maira Pêgo, respectivamente; além de gestores, professores, servidores técnicos e estudantes da Universidade.

Na foto, Paulo Vargas, José Carlos Vilar Araújo, Larissa Zanin, Carlos Augusto Calmon Nogueira da Gama e Roney Pignaton.

“Para nós é uma grande satisfação ter o monumento universitário restaurado, não só por sua importância, mas também pela importância de toda a trajetória do professor Vilar para o Centro de Artes, por ser uma homenagem aos sujeitos que compõem essa Universidade”, afirmou a diretora Larissa Zanin.

Ela também agradeceu a presença da artista e pesquisadora Marcela Belo, representante do Laboratório de Extensão e Pesquisa em Artes (Leena), que desenvolveu uma pesquisa sobre o processo de criação de José Carlos Vilar e o processo de criação do Monumento Universitário.  

A vice-diretora do Centro de Artes, Maira Pêgo, destacou a alegria da inauguração no retorno das aulas presenciais: “É uma alegria ter neste espaço a possibilidade de convivência de um retorno ao presencial. Pretendemos retomar esse espaço desta forma, com cultura, com artes, com alegria e com interação”.

O reitor Paulo Vargas lembrou que, na época em que a escultura foi inaugurada, na década de 1980, vivia-se um momento ainda marcado pela ditadura, embora já em um processo de abertura e busca pela democracia, e fez um paralelo com o momento atual. “Conversando com o professor Vilar, ele disse que o conceito desta escultura foi inspirado na comunhão dos três segmentos da comunidade universitária: os técnicos, os docentes e os estudantes. A união desses três segmentos e o próprio papel da universidade naquele processo eram muito importantes, e é particularmente significativo que a gente possa restaurá-lo em um momento em que experimentamos situação semelhante, em que é necessária a união de todos e, no caso particular da nossa Universidade, a união dos professores, dos técnicos e dos estudantes na defesa da nossa própria instituição, que vem sendo constantemente agredida, e em defesa da democracia no nosso país”, pontuou.

Memória

Vilar afirmou que a escultura foi realizada por “amor à causa” e também relembrou sua motivação para construí-la. “Na década de oitenta a universidade viveu um momento de efervescência contra a ditadura militar. Naquele momento, o governo ficava o tempo todo na tentativa de sucatear as universidades, as instituições públicas de ensino e, como artista e professor da Ufes, militei muito nesse período. Eu tinha que dizer e mostrar meu pensamento, que foi concretizado em uma escultura que contemplava a união dos três segmentos da universidade. Foi por amor a causa, por identificação com a Universidade na qual fiquei durante 40 anos, cinco como aluno e 35 como professor. Parte daquilo que sei e que sou devo muito à Universidade”.

O Monumento Universitário possui 13 metros de altura e pesa 30 toneladas. Sua restauração foi coordenada pela Superintendência de Infraestrutura (SI) da Ufes, em um esforço interdisciplinar que envolveu a equipe técnica da SI, professores dos centros de Artes (CAr) e Tecnológico (CT) e profissionais responsáveis por serviços de manutenção predial. As obras foram concluídas em aproximadamente dois meses e o valor total investido foi de R$ 45.388,53.

O professor Vilar acompanhou o processo desde seu início, auxiliando nos trabalhos de restauro e orientando a equipe que executou o serviço, levando em consideração os materiais originais e novos produtos e processos existentes. “Preservar a memória da Universidade é muito importante. O monumento também tem um viés de pesquisa, com a técnica utilizada em sua construção sendo transportada para a sala de aula e apresentada para os estudantes até hoje”, explica.

Segundo o superintendente de Infraestrutura, Alessandro Mattedi, “a conservação dos monumentos nos campi da Ufes se torna relevante na medida em que remetem ao contexto nos quais foram construídos, suas simbologias e as influências da época. Preservar os monumentos da Ufes é preservar a sua história e trajetória de 68 anos”.

O Monumento Universitário foi inaugurado em 10 de junho de 1987. A obra evidencia a integração e interatividade entre os três segmentos acadêmicos: professores, técnicos e estudantes. A escultura, que propõe elementos humanos em movimento, ressalta a mobilização e a efervescência da comunidade universitária, de acordo com o seu criador.

Para saber mais sobre a história do monumento, confira a matéria produzida em celebração aos 30 anos de inauguração da obra.

Cinema gratuito

Também em comemoração aos 68 anos da Ufes, o Cine Metrópolis apresentará nesta quinta-feira, 5, às 19 horas, uma sessão especial com entrada gratuita e aberta ao público em geral. A programação, realizada em parceria com as plataformas Cinelimite e Another Gaze, é composta por cinco curtas realizados por diretoras brasileiras entre 1978 e 1988. Os filmes relacionam as questões femininas com o universo do trabalho e abordam temas como a desigualdade salarial, a jornada dupla, as condições de trabalho de metalúrgicas do ABC paulista, e a atuação na vida política e no ambiente da exploração sexual.

 

Texto: Thereza Marinho e Vinícius Fontana
Fotos: Jorge Medina e Vinícius Fontana
Edição: Thereza Marinho