Projeto expõe obras de outras universidades na Galeria de Arte e Pesquisa da Ufes

30/10/2023 - 16:28  •  Atualizado 31/10/2023 15:13
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Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF) participam de exposição coletiva na Galeria de Arte e Pesquisa da Ufes (GAP), até o dia 17 de novembro. A mostra faz parte do projeto de extensão Percursos, coordenado pelos professores Italo Bruno, do Departamento de Arte da UFF, Julio Sekiguchi, da Escola de Belas Artes da UFRJ, e Carlos Eduardo Borges, chefe do Departamento de Artes Visuais da Ufes, que promove um intercâmbio entre os artistas das universidades. Em março, estudantes da Ufes expuseram suas obras na Galeria Leuna Guimarães dos Santos, no campus da UFF.

A mostra conta com 20 artistas – 16 da UFF e quatro da UFRJ – que trabalham com linguagens variadas, entre desenho, escultura, pintura, fotografia e vídeo (na foto abaixo, a obra Tela Ciborguiana, de Souza Teodoro). Para o professor Carlos Eduardo Borges, além de oferecer uma visão “panorâmica” dos trabalhos dos artistas, a segunda fase do projeto complementa a exposição anterior, realizada pelos estudantes da Ufes.  

“Em relação aos trabalhos da Ufes, a exposição dos alunos da UFF e da UFRJ mostram uma tendência menos técnica, o que é muito legal. A peculiaridade dessa exposição é que não há um mote curatorial. Os trabalhos mostram as pesquisas individuais de cada estudante”, explica Borges.

A ideia do projeto, conta o professor, é ampliar o intercâmbio de obras e artistas para outros estados a partir de 2024. “Muitas vezes, uma universidade não conhece o trabalho que está sendo desenvolvido na outra. Já temos algumas que se mostraram interessadas em receber o projeto no ano que vem”, adianta.

Alcance 

Um dos artistas participantes é Felipe Carnaúba, estudante de pintura da UFRJ. No projeto Percursos, ele apresenta uma videoarte filmada na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro. Na obra, um coletivo de artistas simula uma distopia na qual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro vivem entorpecidos. “Essa distopia é causada pela própria autodestruição dos personagens ao defenderem temas como porte de arma e se posicionarem contra os direitos humanos”, explica Carnaúba. 

Ele, que já participou de exposições coletivas e individuais no Rio de Janeiro e em São Paulo, ainda não havia exposto seu trabalho no Espírito Santo. “O mais importante é a obra alcançar pessoas de outras regiões”, afirma. 

Isa Machado, estudante de Artes da UFF, participa da mostra com três séries em diferentes linguagens e materiais, entre bordado, colagem, monotipia e aquarela. Seu trabalho aborda questões como história das mulheres, sexualidade e gênero. A artista vê a chance de expor na GAP como uma “travessia”. 

“Para uma artista em desenvolvimento profissional, mulher, com mais de 50 anos, ter a oportunidade de expor seus trabalhos em uma galeria de outra universidade é como fazer uma travessia em uma canoa havaiana: entrar no mar disposta a se abrir para novas experiências, culturas e fazer novas conexões e aprendizados artísticos”, diz. 

A GAP fica aberta de segunda a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Visitas guiadas podem ser agendadas por este e-mail.

 

Texto: Leandro Reis
Fotos: Galeria de Arte e Pesquisa da Ufes (GAP)