Professores lançam livros com traduções de documentos sobre a educação de surdos

18/01/2024 - 11:25  •  Atualizado 19/01/2024 18:53
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A professora do Departamento de Línguas e Letras Lucyenne Vieira-Machado, coordenadora do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Libras e Educação de Surdos (Giples) da Ufes, e o professor e doutor em Educação pela Ufes José Raimundo Rodrigues, publicaram dois livros com traduções de documentos históricos para pesquisas sobre educação de surdos: Atas do Congresso Internacional realizado em Milão de 06 a 11 de setembro de 1880 para melhoramento da condição dos surdos-mudos e Fontes para Reler Milão (1880).

As obras, que estão disponíveis para download e podem ser baixadas gratuitamente, compõem um vasto material para o desenvolvimento de pesquisas sobre a história da educação de surdos.

O Congresso Internacional de Milão segue sendo um dos principais eventos sobre a história da educação de surdos. No Brasil, quase todas as obras que abordam essa história consideram o Congresso como o momento em que se dá a extinção do uso de sinais e se começa a prática do método oral puro (e consequentemente o “oralismo” como ideologia) enquanto novo meio a ser utilizado nos diversos institutos pelo mundo. No entanto, segundo os autores, essa é uma leitura reducionista do evento, que fomentou várias outras discussões.

No livro Atas do Congresso Internacional é oferecida ao público brasileiro a tradução das atas oficiais do Congresso de Milão, redigidas pelo secretário-geral Pasquale Fornari.

Já na obra Fontes para Reler Milão, o leitor terá acesso a outros textos e relatórios que foram produzidos sobre o evento e que, segundos os autores, “problematizam ainda mais a ‘verdade’ que tínhamos sobre Milão”.

Rodrigues destaca que a produção das obras foi realizada a partir de um esforço coletivo do Giples. “Com auxílio de especialistas em tradução, como a professora Bartira Zanotteli, bem como de outros profissionais, foram traduzidas as atas oficiais do Congresso de Milão e outros documentos. Trata-se da tradução de fontes históricas do século XIX sobre educação de surdos”, afirma.

 

Texto: Thereza Marinho, com informações dos autores