Inclusão de estudantes com deficiência é tema de ciclo de debates nesta quarta, 24

23/05/2023 - 17:55  •  Atualizado 24/05/2023 17:04
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Após dois encontros em que se discutiu inteligência artificial e burnout, a Ufes aborda outro importante tema para a comunidade universitária. Nesta quarta-feira, 24, a partir das 16 horas, o auditório Carlos Drummond de Andrade, na Biblioteca Central, recebe o terceiro encontro do Ciclo de debates: desafios das universidades, com o tema Estratégias pedagógicas para inclusão de estudantes com transtorno do espectro autista (TEA) ou com deficiência física.

O debate terá a presença das professoras Liliane Miilher, do Departamento de Fonoaudiologia, e Mariana Midori, do Departamento de Terapia Ocupacional. A mediação será de Déborah Nacari, diretora do Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes). O evento é aberto ao público e integra a programação de aniversário de 69 anos da Universidade.

As professoras abordarão os conceitos de deficiência física e de TEA; como o estudante com deficiência ou TEA vivencia os espaços sociais; e estratégias que favoreçam à inclusão e à permanência desse estudante na universidade.

Segundo a professora Mariana Midori, os principais obstáculos para a inclusão dos estudantes com TEA ou deficiência física no ambiente universitário são “as barreiras atitudinais”, isto é, “quando o comportamento das pessoas não facilita a inclusão”.

“Enquanto o entendimento de que a diferença é um fator limitador, vamos ter uma dificuldade grande em falar de inclusão. Se a universidade não conseguir discutir mais, trabalhar programas e capacitações para as pessoas, vamos continuar vivendo em um molde capacitista e preconceituoso”, afirma Midori.

Acesso e permanência

Para ela, a reserva de vagas para pessoas com deficiência ampliou as chances de acesso, mas a permanência ainda é um desafio a ser vencido. “A evasão desses estudantes é grande”, diz.

Além da relação entre estudante e professor, afirma a professora Liliane Miilher, é necessário estender a discussão para toda a comunidade universitária.

“Não se pode deixar a questão num nível dual – de docente para discente. Temos que pensar a nível institucional. Isso inclui outras pessoas que trabalham na universidade, trabalhadores da biblioteca, da cantina, de qualquer espaço além da sala de aula. Quando conseguirmos conversar com todos os envolvidos no processo, a chance de permanência do estudante se tornará muito maior”, afirma.

 

Texto: Leandro Reis
Edição: Thereza Marinho