Trajetória da Universidade é marcada por conquistas e evolução em todas as áreas

05/05/2021 - 11:26  •  Atualizado 01/11/2022 09:21
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Fundada em 1954, a Universidade Federal do Espírito Santo alcança 67 anos de trajetória nesta quarta-feira, 5, com muitas conquistas e desafios. Vivendo um dos momentos mais inesperados e difíceis da sua história, a Ufes continua seu percurso mantendo a maior parte de suas atividades de forma remota e contribuindo de diversas formas para o enfrentamento da pandemia de coronavírus que levou à suspensão da maioria das atividades presenciais.

No seu percurso, a Universidade já superou outras turbulências, de ordem econômica e política. Atravessou a ditadura (1964-1985), um período obscuro em que sofreu intervenção militar e enfrentou perseguições à comunidade acadêmica. Na época, a Ufes se somou à sociedade na resistência democrática e, com a redemocratização, passou a construir uma nova história. Passados 67 anos, os crescentes indicadores de desempenho acadêmico e administrativo tornam a Ufes a principal instituição de ensino superior do estado e uma das mais conceituadas do país.

Evolução crescente

Se no início reunia apenas sete faculdades e institutos isolados, hoje a Ufes está instalada na capital e no interior do Espírito Santo – nas cidades de Alegre, no sul; e São Mateus, no norte –, dispondo de quatro campi universitários que totalizam área territorial de mais de 13 milhões de metros quadrados e infraestrutura física global com mais de 300 mil metros quadrados de área construída.

As atividades de ensino da Ufes atendem 28.800 estudantes, por meio da oferta de 5 mil vagas anuais para 103 cursos de graduação, com 25 mil estudantes, e de 62 programas de pós-graduação, com 3.800 estudantes de mestrado e doutorado. As atividades acadêmicas e administrativas são desenvolvidas por cerca de 1.800 professores e 2 mil servidores técnicos. No início dos anos 2000, a Ufes foi uma das universidades brasileiras pioneiras na oferta de cursos superiores na modalidade a distância. Atualmente, a instituição oferece cinco cursos EaD de graduação, com 800 estudantes e, em um período de 20 anos, formou cerca de 14 mil estudantes nessa modalidade.

Na área de pesquisa, a Ufes desenvolve em torno de 8 mil projetos em todas as áreas do conhecimento. A Universidade consta da conceituada lista dos 100 mil pesquisadores mais destacados do mundo criada pela Universidade de Stanford (EUA). De acordo com o SIR (SCImago Institutions Ranking), está no grupo das 25 melhores instituições brasileiras entre universidades latino-ibero-americanas de pesquisa, considerando artigos científicos publicados na base de dados Scopus.

A extensão universitária iniciou suas atividades em 1955, a partir dos chamados cursos de verão destinados às comunidades, e chega em 2021 com 830 ações extensionistas (programas, projetos, cursos, eventos e prestação de serviços). Os números demonstram que a Universidade se transformou, cresceu, expandiu-se e se consolidou como referência em excelência no ensino, na pesquisa e na extensão em diferentes áreas do conhecimento.

Com bibliotecas, teatro, cinema, galerias de arte e museus, a Ufes proporciona formação acadêmica e incentiva a cultura entre seus estudantes e em toda a comunidade, além de oferecer diferentes serviços ao público, por meio do núcleo de ensino de idiomas, do planetário e do observatório astronômico, de auditórios, ginásio de esportes, pista de atletismo e outras instalações esportivas.

A Ufes também tem forte presença na saúde, com ensino, pesquisa e extensão, e com o Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam-Ufes), fundado há 53 anos, atualmente um dos dois maiores da rede pública no Espírito Santo, sendo referência em média e alta complexidade. É uma unidade estratégica para o Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo e na região Sudeste do país.

Referência internacional

A cada ano, diferentes rankings referentes a instituições de ensino superior demonstram a evolução permanente da Ufes. No período mais recente, a instituição se situou no segundo lugar dentre as universidades brasileiras no Ranking de Impacto para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) pela classificação da Times Higher Education (THE). É a 16ª entre as universidades brasileiras e a 32ª na América Latina em excelência em pesquisa, transparência e impacto na web, segundo o Cybermetrics Lab, um dos principais grupos europeus de pesquisa.

No âmbito da gestão, as avaliações também demonstram elevado grau de eficiência. Ocupa o Top 10 no ranking da Controladoria-Geral da União (CGU) em relação à transparência pública, e é a quarta colocada no ranking Raio-X da Administração Direta, Autárquica e Fundacional em medidas de eficiência organizacional, segundo o Ministério da Economia.

Inclusão e interiorização

A inclusão social e a democratização do acesso ao ensino superior fazem parte da história recente da Ufes, que é uma das universidades pioneiras no Brasil ao adotar o mecanismo da reserva de vagas, ainda em 2007. Em 2012, após a sanção da lei federal que ampliou a sistema de reserva de vagas adotando também critérios étnico-raciais, foi criada a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci), destinada a gerir ações voltadas a um amplo processo de incentivo ao acesso e à permanência na Universidade, além de desenvolver políticas estratégicas de defesa dos direitos humanos e da cidadania.  

Com um olhar abrangente e moderno, a Ufes se interioriza e se internacionaliza. No sul do estado, sua presença se inicia em 1976, com a incorporação da Escola Superior de Agronomia, que estava no âmbito estadual. Em 2001, foram criados três novos cursos e, em 2005, outros 13 cursos. Ainda na década de 1980, a Ufes abriu frentes de ensino e extensão no norte e noroeste do estado, especialmente nos municípios de São Mateus e Nova Venécia. Hoje, o Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes) conta desde 2005 com um moderno campus localizado em São Mateus.  

No plano internacional, com o acelerado processo de globalização do ensino superior, a Ufes estruturou, em 2012, a Secretaria de Relações Internacionais, ampliando as parcerias com instituições internacionais de ensino e pesquisa e fomentando o interesse pela mobilidade acadêmica da Ufes para diferentes países. Assim, a Universidade chega em 2021 com 170 convênios estabelecidos com instituições de todos os continentes.

Futuro e história

Buscando seus objetivos estratégicos em relação ao futuro, conforme estabelecido no seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2021-2030, a Ufes permanece engajada na valorização das pessoas e na defesa intransigente dos direitos humanos para a garantia do Estado democrático de direito. Também se mantém comprometida com o coletivo, a pluralidade, a acessibilidade, as ações afirmativas e a democratização do acesso e da permanência estudantil.

Aos 67 anos, a Ufes também se posiciona na defesa e no respeito às diversidades étnico-raciais, de gênero, culturais, sociais e regionais da população, buscando, permanentemente, uma gestão democrática, transparente, participativa e efetiva.

 

Texto: Luiz Vital
Edição: Ruth Reis e Thereza Marinho