Programas de pós-graduação que elevaram nota em avaliação da Capes recebem homenagem

04/07/2023 - 22:00  •  Atualizado 06/07/2023 09:47
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Os 27 programas de pós-graduação que tiveram sua nota elevada na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) referente ao quadriênio 2017-2020 foram homenageados em evento promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufes (PRPPG) nesta terça-feira, 4. Na ocasião, a presidenta da Capes, Mercedes Bustamante, ministrou uma palestra sobre Perspectivas para a pós-graduação e formação de professores da educação básica.

Na foto, a diretora de Pós-Graduação, Eliza Bartolozzi; o reitor Paulo Vargas; o pró-reitor da PRPPG, Valdemar Lacerda Jr; e o ex-pró-reitor Neyval Costa Reis Júnior.

Os programas homenageados foram Biotecnologia-Renorbio, Educação, e Política Social, que alcançaram a nota 6; Arquitetura e Urbanismo; Ciências Biológicas; Ciências Florestais; Educação Física; Genética e Melhoramentos; Linguística; e Matemática em Rede Nacional, que foram promovidos à nota 5; e os programas Agroquímica; Artes; Bioquímica; Ciência e Tecnologia de Alimentos; Ciências Farmacêuticas; Ciências Veterinárias; Comunicação e Territorialidades; Direito Processual; Energia; Enfermagem; Engenharia Civil; Ensino, Educação Básica e Formação de Professores; Gestão Pública; Gestão e Regulação de Recursos Hídricos em Rede Nacional; Nutrição e Saúde; Mestrado Profissional em Educação; e Mestrado Profissional em Filosofia em Rede, que conquistaram a nota 4.

O evento contou com a presença do reitor Paulo Vargas; do vice-reitor, Roney Pignaton; do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Denio Rebello Arantes; e de pró-reitores, diretores de centro, coordenadores dos cursos de pós-graduação, professores e estudantes.

Resultado

O reitor lembrou que o resultado alcançado pelos cursos da pós “vem coroado com o conceito máximo que a Ufes recebeu, no final de junho, na avaliação para recredenciamento institucional do ensino presencial, realizada pelo Inep”, quando a Universidade obteve a nota 5. “Todas essas conquistas são fruto de um trabalho diário, responsável e dedicado de professores, técnicos administrativos, pesquisadores e estudantes”, afirmou. Ele destacou, ainda, o papel fundamental da Capes e da Fapes no apoio à pesquisa e à pós-graduação.

Paulo Vargas falou do programa de melhoria na pós-graduação, iniciado em 2012, que resultou no crescimento no número de cursos oferecidos: “um aumento de 200% no mestrado, de mais de 400% no doutorado e de 650% no número de cursos de mestrado profissional”. O crescimento quantitativo foi acompanhado pelo qualitativo. “Os resultados que estamos comemorando hoje provam isso”, disse o reitor.

Ele também elencou os problemas vividos na Universidade e sua superação: “todos nós sabemos que muitas são as adversidades que as instituições federais de ensino superior vêm enfrentando. Num passado recente, vivemos tempos sombrios de ataque à ciência e às universidades, e de duros cortes orçamentários, sobretudo na área de pesquisas científicas, a qual possui demandas cada vez mais complexas. Mesmo com esse cenário, estamos conseguindo oferecer uma consistente formação aos nossos estudantes de graduação e pós-graduação, e consolidar a Ufes nacionalmente como referência de qualidade em educação superior e como um importante instrumento de desenvolvimento do Espírito Santo”.

Trajetória

Convidado a compor a mesa do evento, o ex-pró-reitor Neyval Costa Júnior, que estava à frente da PRPPG quando da avaliação da Capes, lembrou a trajetória de oito anos na pasta. “Desde o início, a visão era expandir a pós-graduação na Universidade, trazer aquela metodologia de avaliação da Capes para dentro da gestão dos programas. A ideia era pegar aqueles cursos que estavam em consolidação e melhorar os de nota 3 para 4, os de 4 para 5, com o objetivo de chegar às notas 6 e 7. E esse trabalho continua. Então eu fico muito feliz de viver nesse momento, de estar aqui presente nessa sessão de celebração dos resultados”, afirmou.

O pró-reitor da PRPPG, Valdemar Lacerda Jr., destacou a evolução da pós-graduação, mostrando gráficos que revelam o crescimento numérico dos cursos ano após ano assim como também das notas atribuídas pela Capes a cada ciclo de avaliação. “Além do aumento quantitativo, nós tivemos um aumento qualitativo. Em 2010, tínhamos quase 60% dos cursos com nota 3. Nessa última avaliação, são apenas 15% de cursos com essa nota. Por outro lado, já temos três cursos com nota 6 e houve uma evolução nos cursos com notas 5 e 4. Então nós melhoramos na quantidade e melhoramos na qualidade. Há bastante tempo a Universidade passou dos mil artigos publicados na base de Scopus por ano, chegando aí no último ano ao número de quase 1.750 artigos. Esses dados mostram a pujança da pesquisa, da pós-graduação e da inovação na Ufes”.

A diretora de Pós-Graduação da PRPPG, Eliza Bartolozzi, salientou que o quadriênio avaliado pela Capes não foi nada fácil. “Foi o quadriênio em que fomos tomados pela extrema direita, que cortou recursos financeiros, que judicializou a nossa avaliação, que negou a ciência. Enfim, foram tantos desafios que nós enfrentamos. E vocês, de forma valente, conseguiram, mesmo assim, elevar a nota dos seus programas. Então é com uma honra muito grande que a gente faz essa homenagem a todos vocês. E sabendo que isso é fruto de muito trabalho, de muito esforço de todos nós, porque avaliação da Capes é super rigorosa. Nós já temos essa cultura de avaliação instalada em nossos programas, o que é muito importante. Isso nos faz diariamente enfrentar os desafios que nos são cobrados no momento em que essa pós-graduação é fundamental para o desenvolvimento econômico e social da nossa sociedade”, disse.

Ações da Capes

A presidente da Capes, Mercedes Bustamante (foto), falou sobre os eixos de atuação da Capes, destacando as ações a partir deste ano em alguns deles.  Sobre acesso, permanência e conclusão na pós-graduação, a professora informou que as discussões sobre o novo Plano Nacional de Educação apontam que o percentual de mestres e doutores na população é ainda mais baixo que países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Outro dado relevante são as desigualdades regionais, sociais, étnico-raciais e linguísticas no acesso, na permanência e na conclusão da pós-graduação stricto sensu.

Uma das medidas pensadas pela Capes para solucionar essas questões é a retomada do Programa Abdias Nascimento, que prevê políticas especiais para pretos, pardos, indígenas, quilombolas, pessoas do campo e pessoas com deficiência, dentre outros públicos. Outras ações são a normatização da licença parental; implementação do censo da pós-graduação e levantamento das políticas de ações afirmativas já implementadas pelos programas de pós no país para servir de base para a discussão nacional.

Bustamante falou ainda da retomada gradual do Programa Nacional de Pós-Doutorado para os programas notas 5, 6 e 7 neste ano; para os programas nota 4, em 2024; e para todos os programas, em 2025.

Outro eixo é a construção do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) para o período 2024-2028. Segundo a presidente da Capes, as discussões começaram em abril, com o mapeamento das questões, levantamento dos dados e discussões em grupos de trabalho. O plano deverá entrar em consulta pública no mês de outubro para votação pelo Conselho Superior em dezembro deste ano.  

 

Texto e fotos: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho