Mesa debate a importância da Semana de Arte Moderna 100 anos depois

01/12/2021 - 16:53  •  Atualizado 02/12/2021 17:42
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A Semana de Arte Moderna de 1922, que comemora seus 100 anos em 2022, foi a pauta de mais uma edição do Painel Ufes de Cultura, que faz parte da Jornada de Extensão e Cultura da Ufes e integra a Semana do Conhecimento.

É possível ser moderno hoje? Foi o que se propuseram a debater os participantes da mesa 100 anos do modernismo: a resposta da Arte na Semana de 22. Para o jornalista e escritor Arnaldo Bloch, a Semana de Arte de 22 deixou um grande legado para o fazer artístico no Brasil. “A resposta a essa pergunta está nas respostas pela arte, elas estão nisso aí que chamamos de pós-modernidade e modernidade líquida, nas performances, nos flash mobs, nas intervenções e no uso da tecnologia multiplataforma, o moderno não acabou”, ressalta Bloch.

O legado da Semana de 22 para a arte brasileira também foi tema de discussão da live. O curador do novo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, Hugo Sukman, destaca como duas as características básicas do modernismo, a busca pela linguagem atual e o caráter simples desse movimento artístico. Nesse sentido, o curador aponta para a influência posterior do modernismo na arquitetura, por exemplo. “O modernismo é isso, é um processo, temos, por exemplo, arquitetos hoje buscando sempre construção de casas populares e novas formas de se pensar e morar, isso é influência do movimento artístico”, explica Sukman.

Legado

O escritor e editor da Editora Cousa, Saulo Ribeiro, foi responsável por enriquecer a mesa, apresentando o legado que a Semana de Arte Moderna de 22 deixou para o mercado editorial, em especial livros e revistas. “O caminho editorial que podemos traçar a partir da Semana de 22 é principalmente em relação às revistas”, comenta. Para ele, as revistas que vieram após o movimento modificaram a forma de se pensar e fazer arte no país.

O repórter, escritor e crítico de arte Jotabê Medeiros também foi convidado para a discussão e trouxe contribuições quanto à importância do movimento modernista e de como este está inserido no cotidiano. “Podemos pensar bem, se você vai para o Rio, umas das coisas que mais te impressiona é o Museu de Arte Moderna, com aquelas colunas magníficas”, afirma. A arquitetura modernista incorpora no seu próprio nascedouro, segundo o escritor, as questões da paisagem, inserindo jardins, terraços, pinturas e esculturas. “Essa convicção de que o morar e habitar envolve um conjunto de coisas, não só uma casa, é uma marca de uma geração pós-modernista e que provavelmente será marca também das próximas gerações”, explica.

A edição completa do Painel de Cultura Ufes pode ser acessada na íntegra no canal do YouTube da TV Ufes. A próxima live do Painel de Cultura Ufes acontece nesta quarta, 1º, às 19h30, e abordará o tema Samba, cultura e sociedade: processos de memórias e salvaguarda do carnaval capixaba

 

Texto: Vitor Guerra (estudante voluntário de projeto de Divulgação Científica)
Edição: Thereza Marinho