Gratuito, Festival TendaLab ocupa a Ufes com grandes nomes da música brasileira

14/06/2023 - 18:16  •  Atualizado 16/06/2023 10:47
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Reunindo nomes consagrados e expoentes da nova geração da música brasileira, o Festival TendaLab chega à Ufes com a promessa de grande público nos dois dias de evento – nesta sexta-feira, 16, e neste sábado, 17. Com entrada gratuita, a oitava edição do festival acontece no estacionamento do campus de Goiabeiras e traz nomes como Leci Brandão, Gaby Amarantos e Simone. Os portões serão abertos às 19 horas.

Na sexta, os shows começam às 21h30. A primeira a subir ao palco será a cantora e rapper capixaba Budah, recém-contratada pela Universal Music. Conhecida, a princípio, pelo hit Licor, Budah tem no currículo colaborações com Djonga, MC Cabelinho e Cynthia Luz. Suas músicas são marcadas por uma fusão de ritmos como R&B, trap e soul.

Depois de Budah, a DJ e drag queen Úrsula Pussynail assume as pickups com sucessos nacionais e internacionais, da MPB ao funk. Na sequência, rola o show da banda Jahzz. Conhecido pela improvisação e pela mistura de jazz e reggae, o grupo – parceiro de cantores como Ney Matogrosso e Xande de Pilares – investe no repertório autoral, com destaque para as canções Bora e Bálsamo.

Com mais de 50 anos de carreira, a sambista Leci Brandão é a atração seguinte da noite. Ativista e cria da Mangueira, ela foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores da escola. No show do TendaLab, Leci Brandão entoa clássicos como Zé do Caroço e Perdoa.

Encerrando o primeiro dia de festival, os roqueiros do Mukeka di Rato ocupam o palco com um setlist repleto de hinos do hardcore e de novas músicas, lançadas no recente Boiada Suicida. Formada nos anos 1990 em Vila Velha, a banda apresenta ao público capixaba o novo vocalista, Fepaschoal.

Simone e Gaby Amarantos

O segundo dia do TendaLab começa às 22 horas, com outra gigante da música brasileira. Comemorando 50 anos de trajetória, Simone apresenta o show Tô Voltando, que reúne inúmeros clássicos imortalizados na voz da cantora. O repertório vai passar por Jura secreta, Começar de novo, Divina comédia humana, entre outras canções.

Depois de Simone, é a vez de Gaby Amarantos (foto) subir ao palco. Também atriz e apresentadora, Amarantos traz para o festival o #Purakêtour, espetáculo baseado nas vivências e sensações da Amazônia, registradas no seu disco mais recente, Purakê. Além das faixas do álbum, a cantora resgata os sucessos do início da carreira, como Ex Mai Love e Xirley.

Quem fecha o festival é a banda baiana ÀTTØØXXÁ. Marcado pela mistura do pagodão com outros sons periféricos, o grupo promete um show dançante fundado num groove ancestral, aspectos que o relacionam a estéticas contemporâneas como o afrofuturismo. Seu disco mais recente é Luvbox, de 2018.

Entre as apresentações do sábado, a DJ e drag queen Jamboo apresenta um set focado nos ritmos das regiões Norte e Nordeste do Brasil.

Retorno à Ufes

Voltando a se apresentar para o público capixaba depois de cerca de cinco anos, o Mukeka di Rato festeja o retorno à Ufes. “Toda banda capixaba nascida nos anos 1990, underground ou não, tem uma ligação com a Ufes”, afirma o baixista Fábio Mozine (na foto, usando boné).

Outro ponto do festival que anima a banda é a diversidade do line up. Acostumado a ser escalado em eventos com outras bandas de hardcore ou de rock’n’roll, o Mukeka di Rato vai tocar depois da sambista Leci Brandão. Mozine, apreciador de samba, dos discos mais obscuros aos mais conhecidos, está curioso.

“Diversidade é a palavra correta pra essa noite. Engraçado que, por mais que soe estranho para o público, pra mim não é tanto. Claro que não é normal ter shows de hardcore e de samba na mesma noite, mas estou feliz com isso. Acredito que a gente pode chocar um pouco o público que vai ver a Leci, mas acredito também na presença do público hardcore. Afinal, tem um bom tempo que a gente não toca no Espírito Santo”, diz.    

Tocando desde o ano passado o repertório do Boiada Suicida – disco inspirado, em grande parte, na ascensão da extrema-direita ao poder –, o Mukeka di Rato tenta, agora, desvencilhar-se da “herança horrível” do governo passado nas faixas que vem compondo para um novo álbum.

“Mas é difícil”, diz Mozine. “Existe uma herança deixada por aquele governo nas ideias e nas atitudes das pessoas. Até porque continuamos a assistir cenas diárias de racismo, homofobia, escândalos financeiros, roubos de joias, tentativas de golpe. Num momento de inocência minha, achei que a transição seria rápida. Mas as coisas estão mudando bem devagar – se é que vão mudar.”

Realização

“O Festival TendaLab tem o patrocínio da ArcelorMittal Tubarão, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba, e é realizado pela Galpão Produções e o Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA) em parceria com a Secretaria de Cultura da Ufes (Secult) da Ufes Na Universidade, o evento conta ainda com o suporte do Centro de Artes (CAr) e da Superintendência de Infraestrutura (SI) na cessão do espaço e na viabilização das necessidades estruturais e da segurança.

Segundo o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, durante o festival não haverá consumo de energia elétrica da Ufes, uma vez que serão instalados dois geradores 180kVA pela empresa patrocinadora, destinados à passagem de som e aos shows. "Também haverá cabeamento de energia e instalação de 25 banheiros químicos com manutenção e limpeza diária", afirma.

O festival conta também com o apoio da Prefeitura Municipal de Vitória e promoção do HZ e da Rede Gazeta. 

 

Matéria atualizada em 15/06/2023, às 15h05.

Texto: Leandro Reis
Fotos: Divulgação
Edição: Thereza Marinho