Estudo inédito da Ufes investiga compostos naturais que podem retardar envelhecimento da pele

24/11/2025 - 10:19  •  Atualizado 24/11/2025 10:27
Texto: Sueli de Freitas     Edição: Leandro Reis
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Frutas dispostas em uma mesa, como maçã e uva

Um grupo de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Ufes e Biotecnologia-Renorbio/Ufes, liderado pelos professores Débora Meira e Iúri Drumond, ambos do Núcleo de Genética Humana e Molecular (NGHM), em parceria com o professor Elizeu Fagundes, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), publicou estudo inédito que avalia o potencial de compostos bioativos naturais presentes na prevenção e tratamento do envelhecimento cutâneo.

O artigo Desvendando o potencial antienvelhecimento: análise in silico da astaxantina, curcumina, quercetina e resveratrol na modulação das vias de envelhecimento da pele destaca os efeitos de quatro substâncias promissoras: astaxantina, curcumina, quercetina e resveratrol. Esses compostos estão presentes em diversos alimentos (veja ao final da matéria) de consumo comum no Brasil.

“São substâncias que apresentam propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes capazes de modular vias moleculares associadas à senescência da pele, como os genes IL-6, TNF-α, TAB1 e TP53, além de atuarem na regulação da via KEAP1-NRF2, fundamental para a resposta ao estresse oxidativo e a integridade da pele”, afirma Meira.

Na sua avaliação, “o estudo reforça a aplicação desses bioativos tanto em formulações cosméticas quanto em terapias orais, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos produtos e reforçando o papel da ciência brasileira na busca por soluções inovadoras para o bem-estar e a qualidade de vida”.

Metodologia

A investigação foi realizada por meio de análises in silico, expressão utilizada para descrever experimentos realizados por simulação computacional ou através de softwares de bioinformática. “Utilizamos redes de interação proteína-proteína (PPINs) para mapear os mecanismos de ação dos compostos. Foram identificados processos biológicos relacionados à resposta ao estresse oxidativo e a fenótipos associados ao sistema vascular, imunológico e inflamatório”, explica a professora.

Além dos professores Meira, Drumond e Fagundes, o trabalho contou com a participação dos seguintes estudantes do PPGBiotec e da Biotecnologia-Renorbio/Ufes: Débora Barbosa, Karen Barbosa, Yasmin Guaitolini, Matheus Casotti, Rahna da Cruz, Lorena Altoé e Isabele Pavan.

Compostos pesquisados

A astaxantina pode ser encontrada em alimentos como salmão selvagem, especialmente do Alasca, truta vermelha, camarão, lagosta, caranguejo, em óleo de krill, além de microalgas usadas em suplementos naturais. É um potente antioxidante, cem vezes mais forte que a vitamina E, com função de neutralizar radicais livres.

A curcumina está no tempero cúrcuma, também conhecido como açafrão-da-terra, misturas de curry e bebidas funcionais que contêm cúrcuma. É uma substância com propriedades anticâncer e neuroprotetoras.

A quercetina é um antioxidante e antiviral amplamente presente em vegetais, como cebola roxa, brócolis, couve e alcaparras; em frutas, como maçã, uvas, mirtilo, amora e cranberry; e nos chás verde e preto.

O resveratrol é encontrado em uvas pretas, principalmente na casca, no vinho tinto, cacau e chocolate amargo, amendoim, mirtilos, amoras e  cranberries, sendo uma fonte comum em suplementos alimentares. Associada à longevidade, garante proteção cardiovascular e ação anticancerígena.

Imagem: Freepik

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