Os astrofísicos estão próximos de uma descoberta significativa, pois pesquisas recentes antecipam que o Observatório Vera Rubin, programado para iniciar operações em meados de 2024, no Chile, será capaz de detectar um novo tipo de fonte astrofísica. O estudo, cujos resultados serão publicados em The Astrophysical Journal, foi conduzido pelo professor Jaziel Goulart, pesquisador do Departamento de Física da Ufes, associado ao Núcleo Cosmo-Ufes. Goulart teve a parceria de pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e colaboração do Centro Internacional de Astrofísica Relativística (ICRANet) e da Universidade de Ferrara, associados ao Instituto Nacional de Astrofísica (INAF) da Itália.
Segundo os pesquisadores, a partir dos equipamentos de ponta e de um amplo campo de visão do Observatório Vera Rubin, será possível observar a emissão associada às fusões de binárias de anãs brancas, em uma taxa de até mil por ano. Isso porque as estrelas anãs brancas binárias, no evento produzido por sua fusão, emitem um "transiente óptico" característico. O material ejetado nesse processo gera uma luminosidade de 10 a 100 milhões de vezes maior que a do sol por algumas horas, mas a rápida expansão faz com que o material esfrie rapidamente, o que explica por que sua observação até agora escapou aos telescópios.
Com os novos equipamentos à disposição, os pesquisadores acreditam que será possível identificar no transiente óptico características que preenchem a lacuna entre novas e supernovas (explosões de estrelas), tendo uma luminosidade e evolução temporal semelhantes às quilonovas.
Se as observações corresponderem às previsões do estudo, essas fusões prometem uma compreensão sem precedentes sobre os processos que governam o nascimento e a evolução de estrelas. Os cientistas afirmam que a detecção desses transientes ópticos terá um impacto profundo em nosso conhecimento dos fenômenos astrofísicos que ligam as anãs brancas massivas e a formação de estrelas de nêutrons. A observação, de acordo com o estudo, ainda fornecerá informações cruciais sobre a geração de supernovas do tipo Ia a partir de fusões de anãs brancas binárias.
O trabalho completo será publicado nos próximos dias neste link.