Estudantes dos cursos de Artes da Ufes ocupam Gaeu com residência coletiva

20/03/2024 - 17:33  •  Atualizado 20/03/2024 17:33
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Quadrado em tons de marrom traz informações sobre o evento, com o texto "Residência Inquietações Conjuntas" ao centro, em letras amarelas

Um projeto pioneiro ocupa a Galeria Espaço Universitário (Gaeu), localizada no campus de Goiabeiras, a partir desta quinta-feira, 21. Trata-se da residência artística Inquietações Conjuntas, composta por 12 artistas visuais, estudantes dos cursos de Artes da Ufes, que realizarão uma imersão no acervo da galeria nos próximos dois meses, pesquisando diferentes técnicas relacionadas ao armazenamento de obras e às suas próprias poéticas.

Para marcar o início do projeto, os artistas conversarão com o público nesta quinta, a partir das 15 horas, na Gaeu. Participam da residência Ana Follador, Guilherme Brasil, Isabela Barcelos, Izis Falqueto, Lara Carvalho, Lorena Zingre, Larissa Morello, Matheusa Moreira, Maitée Agrisi, Valentim Faria, Vitória Teixeira e Yasmin Cerqueira.

Para o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, o trabalho de finalização do inventário e atualização de informações técnicas das obras do acervo da Gaeu, coordenada pelo museólogo Pedro Ibsen, foi fundamental para a consolidação da residência.

“Agora temos condições de acolher e atender com qualidade a projetos de pesquisadores e estudantes da Universidade, além da comunidade artística externa”, afirma. Segundo Borges, Inquietações Conjuntas abre espaço para propostas de ocupação semelhantes no futuro. “O projeto se torna a ponta principal dessa abertura do acesso e do diálogo da Gaeu com os cursos de Artes. Nossa intenção é abrir agendamento para outros grupos e interessados”, diz.

Idealização

O projeto foi idealizado pelos próprios estudantes e encontrou amparo na Secult. A ideia surgiu numa conversa entre dois componentes do coletivo, os artistas Matheusa Moreira e Guilherme Brasil, sobre a necessidade da realização de residências para a formação dos artistas. Estagiário da Gaeu, Brasil consultou a coordenação da galeria e começou a escrever o projeto junto com Moreira e outros estudantes. “Logo que iniciamos a escrita, começamos a elencar o desejo pelo acervo, pela prática de armazenamento de obras e de manutenção delas”, lembra Moreira.

Além do aprendizado com a equipe da galeria e com a troca de experiências entre os participantes, os artistas pretendem realizar uma exposição como resultado da residência, além de dois dias de visitação do público ao ateliê do grupo. Para Moreira, que já realizou uma residência artística com recursos do governo estadual, o projeto ajuda os artistas a aprenderem mais sobre suas próprias práticas.

“Uma residência proporciona diversos contatos. Podemos alcançar outras pessoas e isso me deixa muito alegre e esperançosa, pois é através da troca com outros sujeitos que conseguimos chegar no íntimo, que acredito ser o maior fundamento da arte”, afirma.

Incentivo e visibilidade

Para Yasmin Cerqueira, integrante do projeto, a residência não serve apenas para agregar na formação dos artistas que dela participam, mas para incentivar outros estudantes dos cursos de Artes da Ufes a se engajarem em iniciativas similares.

“Há um acervo disponível para pesquisarmos e descobrirmos técnicas diferentes. Trabalhamos nesse projeto também para trazer o conceito de residência para estudantes que não o conhecem, para mostrar que são capazes de escrever projetos para dentro e fora da Ufes. É muito difícil um artista sem referência encontrar a sua poética”, diz.

Já Valentim Faria, outro artista do coletivo, vê a experiência na Gaeu como um ponto de virada no reconhecimento do trabalho artístico do grupo. “Chegamos na Ufes como estudantes de Artes, mas às vezes somos artistas antes até de estudantes. A Gaeu, reconhecida como é no cenário capixaba, proporciona essa visibilidade para um artista em ascensão”, afirma ele.

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