Em sessão on-line, Ufes apresenta diagnóstico e novas etapas do PDI 2021-2030

19/10/2020 - 19:48  •  Atualizado 28/10/2020 18:47
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O reitor Paulo Vargas presidiu, nesta segunda-feira, 19, em sessão virtual e com interação entre os participantes, a solenidade de retomada dos debates A Ufes que queremos, para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) referente ao período 2021-2030. O evento foi transmitido pelo canal Ufes Oficial e pode ser conferido, na íntegra, no YouTube. Como debatedores, participaram o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Rogério Faleiros, e a diretora do Departamento de Gestão Estratégica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a administradora Monique Bayestorff. Na ocasião, o reitor destacou a importância do documento para o futuro da Universidade no decorrer desta década e apresentou indicadores que evidenciam o elevado desempenho acadêmico e administrativo da Ufes.

Segundo Vargas, são muitos os desafios estratégicos da comunidade universitária e da sociedade para que a Ufes reafirme a qualidade de sua missão. “A elaboração desse documento não é apenas o cumprimento de uma formalidade, considerando que o PDI balizará todas as ações estratégicas da Ufes nos próximos anos”, sustentou. Para ele, “Quando identificamos as nossas fragilidades e potencialidades, e quando definimos os objetivos e as metas a partir da realidade, significa que estamos prontos para percorrer um caminho mais sustentável e com mais segurança”. O reitor ponderou, ainda, que os desafios são elevados, considerando os anúncios de novos cortes orçamentários para as universidades federais: o orçamento de custeio da Universidade foi em torno de R$ 155 milhões em 2013 e está na faixa de R$ 137 milhões em 2020.

A capacidade de investimentos também caiu significativamente. Se, em 2013, os recursos de capital alocados estavam na faixa de R$ 44,5 milhões; em 2020, está em R$ 10 milhões. No diagnóstico apresentado pelo reitor, o quadro de servidores técnicos está significativamente reduzido, e, mesmo com essas dificuldades, o desempenho acadêmico e administrativo evoluiu. Ele apontou, como exemplo, a qualificação docente. Atualmente, o quadro docente possui 85% de professores com doutoramento, enquanto que, em 2012, esse percentual era de 65%. Mostrou também as mudanças no perfil socioeconômico dos estudantes de graduação, com forte investimento da Ufes em inclusão social: “Mais de 5 mil alunos em vulnerabilidade socioeconômica são contemplados pelas ações de assistência estudantil”.

O reitor também ressaltou a oferta mais significativa de cursos de pós-graduação e de projetos e programas de extensão universitária. Quanto à mobilidade internacional, o professor Paulo Vargas informou que “Se, em 2012, a Ufes mantinha 27 acordos com instituições estrangeiras de ensino e pesquisa; hoje, são 170 convênios”. “A curva de crescimento de desempenho acadêmico da Universidade é bastante significativa, com excelente posição em diferentes rankings nacionais e internacionais, e esse é o grande desafio do novo PDI: evitar que esses indicadores caiam e, ao contrário, que sejam impulsionados”, resumiu o reitor.

Evoluções e transformações

A administradora Monique Bayestorff apresentou as experiências desenvolvidas na construção do PDI da UFSC. Ela assinalou a necessidade do planejamento para a organização institucional na execução das ações, para que sejam bem-sucedidas: “É preciso que haja amplo entendimento sobre a gestão estratégica, analisando os ambientes internos e externos, para que se possa estabelecer a missão e os objetivos, e assim formular as estratégias, a partir de modelos mais adequados de elaboração”.

Ela apontou ainda que, para se estabelecer a missão, a visão e os valores institucionais, é preciso definir os objetivos, as ações para alcançá-los, e o controle e monitoramento dos resultados. “O planejamento institucional deixou de transitar por cenários simples para estar em ambientes mais complexos, onde ocorrem evoluções e transformações a todo tempo”, salientou. Segundo a administradora, “Hoje, não basta seguir uma rota, um mapa definido, é preciso que, em diferentes momentos, possamos provocar ajustes e correção de percursos, dependendo do ambiente que se apresenta”. Nesse aspecto, o reitor Paulo Vargas observou que nenhum planejamento previu a pandemia de COVID-19, a qual criou um novo cenário para as pessoas e as instituições.

Monique Bayestorff, por sua vez, explicou que, muitas vezes, mesmo as ações que estão sendo bem executadas precisam ser ajustadas ou substituídas: “O que estava certo antes pode não ser mais em outro momento”. Para ela, os resultados importam mais do que os esforços para alcançá-los e o planejamento precisa ser realista. “Para isso, precisamos utilizar as ferramentas que temos e que conhecemos”. Nesse processo, de acordo com Monique, ouvir e dialogar é sempre importante, e, principalmente, compreender o que a sociedade quer da universidade. Ela observou que o PDI deve ser realista e fácil de ser operacionalizado e que “É preciso ter atenção aos níveis estratégicos e operacionais, com o envolvimento de áreas transversais que levem sustentabilidade para a atividade-fim da instituição”.

Nova enquete

O pró-reitor Rogério Faleiros, coordenador do comitê central do PDI, que é presidido pelo reitor Paulo Vargas, detalhou a metodologia desenvolvida desde o ano passado na construção do documento e também os próximos movimentos a serem executados. “De acordo com a metodologia definida, ultrapassamos as fases de organização e preparação, e agora estamos na terceira etapa, que é de elaboração, para posteriormente finalizar”, explicou.

Segundo ele, na fase atual, será desenvolvida a formulação da estratégia, a partir da missão, da visão e dos valores, com os eixos estratégicos, os objetivos e as metas institucionais, a elaboração de políticas acadêmicas e de gestão, as questões relacionadas à infraestrutura e a finalização do planejamento. Faleiros adiantou que nova enquete será realizada com a comunidade universitária, direcionada para os objetivos estratégicos. A primeira, realizada no ano passado, alcançou a participação de 11.716 pessoas, sendo considerada bastante representativa.

[video: https://youtu.be/pxrZNcImklU?t=236]

Texto: Luiz Vital
Edição: Camila Fregona