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Documentário sobre marisqueiras de Porto de Santana tem pré-estreia no Cine Metrópolis dia 29 de julho

25/07/2025 - 11:16  •  Atualizado 25/07/2025 11:50
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Cena do documentário na qual aparecem duas mulheres ao lado de barcos na região do mangue

O trabalho ancestral das marisqueiras de Porto de Santana, em Cariacica, ganha a tela do Cine Metrópolis nesta terça-feira, 29, às 19 horas. Dirigido por Jéssica Sampaio, o curta-documentário Marisqueiras faz sua pré-estreia no cinema da Ufes, retratando o cotidiano das trabalhadoras que dedicam suas vidas à pesca artesanal de mariscos. Após a sessão, que será gratuita e aberta ao público, haverá uma conversa com as marisqueiras do bairro e com a equipe do curta.

Financiado pela Lei Paulo Gustavo, o filme acompanha o trabalho de cinco pescadoras do Rio Santa Maria da Vitória, que nasce em Santa Maria de Jetibá e passa por Santa Leopoldina, Cariacica, Vitória e Serra. Mulheres negras residentes em Porto de Santana, Cintia Campos, Karollaine da Silva, Maria Vieira, Olívia Sardanha e Rosineia Vieira abrem suas vidas e seu trabalho, contando histórias e revelando os meandros da luta por reconhecimento e melhorias no modo de vida herdado de várias gerações.

“É um trabalho muito desvalorizado. Elas usam seus espaços domésticos para trabalhar, como quintais, varandas, beiradas das ruas. Ao mesmo tempo em que existe essa dureza da precarização do trabalho, há também uma beleza em entrar no quintal da Dona Olívia, por exemplo, e ver o forno dela funcionando. Remete a uma ancestralidade que elas reivindicam”, afirma a diretora, Jéssica Sampaio.

Cartaz de divulgação do documentário

Recortes de raça e gênero

Egressa do curso de Artes Visuais e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Ufes, Sampaio destaca a interseção entre os recortes de raça e gênero que envolve o fazer das marisqueiras. “Todas as protagonistas são mulheres negras. E o território em que vivem é de uma população de maioria negra. Então, existe essa conexão com uma discussão teórica e com o que quero passar por meio das imagens”, explica ela, que desde o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e, agora, no mestrado, estuda as categorias de raça e de gênero.

O encantamento pelo trabalho das pescadoras se deu a partir de um projeto de mitigação ambiental de que a diretora fez parte, quando conheceu o cotidiano das comunidades pesqueiras. Além disso, havia o desejo de contar histórias sobre o município de Cariacica, cidade natal de Sampaio.

“Ao longo de alguns anos venho produzindo materiais artísticos nos territórios de Cariacica. Então, me interesso por narrar esses territórios, falar sobre Cariacica, que é uma cidade marginalizada em relação a outras da Grande Vitória”, afirma.

Clique aqui para conhecer mais informações sobre a produção do filme. 

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