Crianças do Colégio de Aplicação Criarte organizam exposição interativa sobre experiências sensoriais

23/05/2024 - 16:53  •  Atualizado 23/05/2024 20:58
Texto: Adriana Damasceno     Edição: Thereza Marinho
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Foto de trabalhos produzidos pelas crianças com o título Sumérios: os inventores da escrita

Uma instalação planejada para que crianças do grupo 5 do Colégio de Aplicação (CAP) Criarte/Ufes tenham experiências sensoriais e entendam que a necessidade de comunicar pensamentos, ideias e sentimentos sempre existiu. Esta é a intenção da exposição Diferentes linguagens: os diferentes modos de significar o mundo, uma imersão que leva os alunos a registrar memórias de diferentes maneiras. A exposição está instalada dentro da escola, localizada no campus de Goiabeiras. A visitação pública acontecerá nesta sexta-feira, 24, e nos próximos dias 27 e 28, e é aberta aos familiares das crianças e à comunidade acadêmica, que deve agendar a visita guiada pelo telefone (27) 4009-2350.

O trabalho foi idealizado pela professora de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico Elis Beatriz Falcão, que contou com o apoio das monitoras da turma, a artista visual Stefany Azevedo, e a musicista Ana Carolina Sabino. Segundo Falcão, a importância do trabalho está no fato de que crianças se relacionam com o mundo pela oralidade, pelos desenhos, pelas expressividades corporais e musicais, além da linguagem escrita. “A educação infantil é, talvez, a única etapa da educação na qual as crianças têm o direito de se expressar, conviver, interagir e interpretar o mundo a partir da exploração de diferentes linguagens”, afirma.

Durante a exposição, as crianças têm trabalhado em uma perspectiva histórico-cultural, conhecendo a história da escrita, registros ancestrais, pinturas rupestres e sons ambientes, além de experimentarem atividades com carvão e trabalharem dança, música e linguagens corporal e gestual. “As diferentes linguagens são importantes para expandirmos a ideia de que não é só a palavra que comunica. Não desejamos que as crianças aprendam a codificar e decodificar códigos, mas que sejam capazes de produzir sentido a partir de uma leitura de mundo”, explica a pedagoga do CAP Criarte, Flávia Sperandio.

Foto de criança com uniforme da escola sentada no chão, desenhando sobre uma folha de papel pardo

Materialização

Falcão avalia que, por receber a escrita em um lugar de destaque na sociedade, quanto mais as crianças se aproximam do último ano da etapa da educação infantil, mais as famílias manifestam inquietações relacionadas ao processo de alfabetização: “Essa ansiedade ocorre também porque muitas escolas de ensino fundamental cobram das crianças um processo que não se conclui na educação infantil, visto ser no fundamental o lugar de sistematização de conteúdos de alfabetização”.

Para a professora, a exposição também se materializa como formativa e informativa para as famílias, uma vez que a escrita é uma das linguagens dentre tantas outras pelas quais as crianças podem se expressar. “Como diz um importante educador chamado Loris Malaguzzi, ‘as crianças são feitas de cem e quando não consideramos as diferentes linguagens pelas quais elas se apropriam do mundo, enfatizando apenas uma dessas, roubamos delas 99’”, finaliza Falcão.

Fotos: CAP Criarte

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