Comunidade universitária dá início às comemorações dos 69 anos da Ufes

Inclusão e diversidade foram as palavras de ordem no hasteamento das bandeiras nesta manhã de terça-feira, 2, em frente ao Teatro Universitário, no campus de Goiabeiras. Com a presença do reitor da Ufes, Paulo Vargas, do vice-reitor, Roney Pignaton, e representantes de categorias da comunidade universitária, a solenidade marcou o início das comemorações do aniversário de 69 anos da Universidade, celebrado em 5 de março.

Os responsáveis por hastear as bandeiras foram o reitor (bandeira do Brasil), o vice-reitor (bandeira do Espírito Santo), a estudante de psicologia Cynthia Oliveira (bandeira da Ufes) e o diretor de Segurança no Trânsito do Detran, Fernando Stockler, que ao lado da técnica administrativa Helia Anestino alçou a bandeira da campanha Maio Amarelo, de prevenção aos acidentes de trânsito.

Após a solenidade, pró-reitores, diretores de centro, docentes e técnicos administrativos se dirigiram ao hall do Teatro Universitário para um café da manhã comemorativo, com direito a um parabéns – adiantado – para a Ufes.

"Desde a sua criação, a Ufes tem sido um vetor para o desenvolvimento social e econômico do estado. Poderíamos fazer aqui um grande histórico dos seus avanços", disse o reitor. Para ele, um dos maiores destaques da trajetória da Universidade foram os processos de inclusão social dos estudantes por meio da reserva de vagas, iniciados em 2012, que beneficiaram candidatos oriundos de escolas públicas; com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo; autodeclarados pretos, pardos ou indígenas; e com deficiência.

"A Ufes foi pioneira ao trabalhar com a reserva de vagas. Isso mudou significativamente o perfil da Universidade. E vamos aprofundando mais esse processo de inclusão, tanto no meio dos estudantes quanto nas categorias de técnicos e docentes", afirmou Vargas. Ele finalizou parabenizando não só a instituição, mas os profissionais que nela trabalham: "A história foi feita pelos que passaram por aqui e deixaram seu legado. E continua sendo feita por quem permanece. Estamos todos de parabéns porque todos nós somos a Ufes".

Superação

O vice-reitor da Ufes, Roney Pignaton, lembrou o período da pandemia de covid-19 como um momento de superação da Universidade, que enfrentou a "tarefa hercúlea" de seguir produzindo conhecimento em meio a dificuldades até então inéditas. Ele lembrou, ainda, da criação do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus, como exemplo do impacto positivo que a Universidade tem sobre o meio em que atua. "Vivencio isso muito fortemente no campus de São Mateus. A Ufes transformou o ambiente, transformou a região para melhor", disse.

O diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Pedro Lucas Fontoura, destacou o papel da Universidade na formação cidadã dos estudantes, configurando-se em um "espaço coletivo de descobertas e de conhecimento". A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes), Luar Santana de Paula, fez coro à luta pela universidade pública e de qualidade: "A Universidade é a nossa casa", disse.

A presidenta da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), Junia Zaidan, também fortaleceu o discurso em favor da inclusão e da diversidade no ambiente universitário. "Somos uma instituição gigantesca, que abriga uma imensa diversidade. Isso traz para nós o desafio de dar visibilidade às nossas diferenças. A construção de uma sociedade mais justa passa por uma universidade de qualidade", afirmou.

Representando o Detran, a assessora da Diretoria de Segurança no Trânsito, Sheila Silverol, agradeceu o apoio da Ufes ao movimento Maio Amarelo, que tem repercussão internacional. "Convidamos a todos e a todas a se engajarem no movimento e serem multiplicadores de boas escolhas no trânsito", disse.

Inclusão

A estudante Cynthia Oliveira, que tem deficiência visual, disse estar "muito honrada" em representar os estudantes no marco da comemoração do aniversário da Universidade ao hastear a bandeira da Ufes. Cursando o 9º período de Psicologia, ela conta com o auxílio de monitores do Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes) desde que ingressou no curso. 

"Eles me buscam no ponto de ônibus e me acompanham durante as aulas, fazendo anotações e escrevendo slides quando é necessário. Combinamos de ler os textos das disciplinas juntos, mas quando não é possível, eles gravam a leitura e me mandam por WhatsApp", lembra ela.

Programação

A programação dos 69 anos da Ufes segue até o fim de maio, com atividades culturais, esportivas, formativas e homenagens a egressos e servidores. Nesta terça à noite, a partir das 20 horas, o Teatro Universitário recebe o primeiro show do projeto Cante um samba na Universidade. Sobem ao palco os músicos Chico Alves, Moacyr Luz, o grupo Panela de Barro e a cantora Sol Pessoa. Os ingressos, gratuitos e limitados à capacidade do Teatro, deverão ser retirados na bilheteria das 14 às 18 horas.

Já nesta quarta-feira, 3, tem início o Ciclo de debates: desafios das universidades, com o primeiro encontro dedicado ao tema "Inteligência artificial e educação". À noite, mais uma atração musical movimenta o Teatro, reunindo músicos da cena capixaba no aniversário de 30 anos do programa Domingo Brasil, da Rádio Universitária FM.

Além dos shows, as festividades desta primeira semana promovem uma peça de teatro, um concerto da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, uma exposição na Galeria Espaço Universitário (Gaeu), atividades circenses e outras atrações. Veja a programação completa na página do Aniversário da Ufes.

Texto: Leandro Reis
Fotos e edição: Thereza Marinho