Ufes orienta comunidade universitária sobre ações de prevenção ao novo coronavírus

27/02/2020 - 20:12  •  Atualizado 12/03/2020 15:10
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Esse novo vírus que ataca o sistema respiratório e se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, foi classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como emergência internacional. Ele pertence à família dos coronavírus, um grupo que reúne desde agentes infecciosos que provocam sintomas de resfriado até outros com manifestações mais graves, como os causadores da SARS (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

O COVID-19, como o novo vírus foi batizado, e a confirmação do primeiro caso no Brasil nesta quarta-feira, 26, deixou a população brasileira em alerta. Mas o Ministério da Saúde (MS) afirma: não há motivo para pânico. A Ufes, em consonância com as autoridades sanitárias, destaca que o mais importante é adotar medidas preventivas.

A vice-reitora da Ufes, Ethel Maciel, epidemiologista, professora do Departamento de Enfermagem da Ufes, doutora em Saúde Coletiva e pós-doutora em Epidemiologia pela universidade americana Johns Hopkins University, esclarece à comunidade universitária pontos sobre a doença.

“A transmissão do novo coronavírus se dá por meio de gotículas espalhadas pelo ar durante tosse, fala ou espirro. O período de incubação, que vai do momento da infecção até o surgimento dos sintomas, dura entre três e sete dias, podendo chegar a 14 dias. Os sintomas clássicos são febre, fraqueza muscular e tosse seca. Em alguns casos, pode haver coriza, obstrução nasal ou problemas gastrointestinais. É preciso ficar atento e, diante desses sintomas, procurar atendimento médico”, explica.

Ela destaca que o COVID-19, causa, em geral, sintomas respiratórios mais leves que os da SARS e da MERS, e os sinais clínicos mais referidos são febre e tosse. Até o momento, a letalidade também é menor que a associada àquelas síndromes, tendo os casos de mortalidade do COVID-19 ocorrido em pessoas que já possuíam outras doenças.

Ethel Maciel também orienta que algumas medidas básicas são eficazes para prevenir a transmissão, como lavar e higienizar as mãos, principalmente antes de consumir algum alimento e após tossir ou espirrar. Neste caso, a pessoa deve utilizar lenço descartável para higiene nasal e jogar fora após o uso. “Não tendo lenço descartável, deve-se cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir. Também é importante lavar as mãos a cada duas horas e principalmente após passar por locais ou equipamentos de uso público, evitar tocar nas mucosas dos olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; e, sempre que possível, usar álcool em gel para higienizar as mãos. Precisamos ficar alertas e adotar as medidas de prevenção”, enfatiza. Entre os locais e equipamentos de uso público, estão incluídos meios de transportes, laboratórios, academias de ginástica, computadores e mouses, entre outros.

Conscientização

A professora aposentada do Departamento de Enfermagem e uma das representantes da Universidade Promotora de Saúde (UPS) na Ufes Leila Massaroni afirma que a Ufes está envolvida nas ações de conscientização, atendendo às orientações do Ministério da Saúde por meio da divulgação de medidas de prevenção.

“Estamos também em contato com as autoridades das secretarias de Saúde estadual e municipais, acompanhando as notícias referentes ao COVID-19. O Espírito Santo elaborou um plano de contingência para evitar a circulação do vírus no estado e já foram definidos os hospitais de referência e protocolos quanto ao transporte dos pacientes e às análises das amostras. Vale lembrar que não temos nenhum caso registrado da doença no Espírito Santo. A prevenção, neste momento, é a medida mais eficaz para se evitar essa e outras doenças respiratórias”, destaca.

 

Texto: Jorge Medina e Thereza Marinho