Em ciclo de debates, professor aponta impactos da Inteligência Artificial no mundo

04/05/2023 - 12:40  •  Atualizado 09/05/2023 16:49
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Tema muito presente no debate público, a Inteligência Artificial (IA) tem avançado em direções imaginadas apenas por especialistas e, talvez, por livros e filmes de ficção científica. Se ferramentas como o ChatGPT oferecem respostas rápidas e competentes para várias perguntas, é precisamente sua capacidade de reunir conhecimento que assusta aqueles mais resistentes à evolução das IAs.

No primeiro encontro do Ciclo de debates: desafios das universidades, realizado nesta quarta-feira, 3, o professor Alberto Ferreira de Souza, do Departamento de Informática da Ufes, apresentou uma visão mais esperançosa sobre a tecnologia. “Quanto menos trabalho humano estiver envolvido, mais as coisas ficam baratas. Se você tiver comida feita sem esforço humano, a comida será de graça. A inteligência artificial pode ser usada para multiplicar a nossa produtividade. No futuro, teremos máquinas que vão plantar, colher, transportar, manufaturar, tudo isso sozinhas”, disse.

O evento, dedicado ao tema Inteligência artificial e educação, foi realizado no Auditório Carlos Drummond de Andrade, na Biblioteca Central, campus de Goiabeiras, e faz parte da programação de aniversário de 69 anos da Ufes, que ao longo do mês de maio reúne atrações culturais e formativas para estudantes, servidores e comunidade externa. Até o fim do mês, o Ciclo de Debates abordará temas relevantes para a comunidade universitária, sempre com especialistas e pesquisadores para debaterem com a plateia.

Marcos

Durante o debate, o professor passou pelos marcos da Inteligência Artificial desde as primeiras discussões sobre o assunto, nas décadas de 1940 e 1950, lembrando o Teste de Turing – que avaliava, em suma, se um computador podia mostrar um comportamento inteligente, “passando-se” por humano. Souza também falou sobre a criação do algoritmo genético, em 1975, disputas de xadrez entre máquinas e jogadores humanos e pesquisas com veículos autônomos, até o recente lançamento do ChatGPT, em 2022.

O professor explicou que o ChatGPT segue o modelo do cérebro humano, que memoriza sequências de eventos hierarquicamente e continuamente e, assim, compreende o mundo e toma decisões. No caso da versão mais recente da ferramenta, quando conversa com um usuário, ela pode memorizar cerca de dez páginas escritas. “Ela tem memória do que aconteceu no passado recente. Nós imaginamos o cérebro humano como um pássaro que voa batendo asas. O ChatGPT é como se fosse um avião”, comparou Souza.

A apresentação do professor também relembrou a criação do carro autônomo da Ufes, o Iara (Intelligent Autonomous Robotic Automobile), desenvolvido pelo Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD). “Carro autônomo mais avançado do Hemisfério Sul”, segundo Souza. A Iara, que já fez uma viagem autônoma até Guarapari, tecnologia desenvolvida pelo LCAD já foi aplicada em caminhões, aeronaves e participou de diversos concursos de robótica pelo mundo.

 

Texto: Leandro Reis
Foto e edição: Thereza Marinho