Bancada capixaba e reitor inauguram usinas de produção de energia solar na Ufes

16/03/2020 - 16:35  •  Atualizado 01/11/2022 09:26
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Parlamentares que compõem a bancada capixaba no Congresso Nacional participaram nesta segunda-feira, 16, da inauguração das duas usinas de produção de energia solar fotovoltaica instaladas na Ufes. A solenidade ocorreu às 10 horas, no campus de Goiabeiras. Antes, às 9 horas, o reitor Reinaldo Centoducatte se reuniu com os parlamentares e realizou uma prestação de contas sobre a aplicação dos recursos recebidos em 2018, provenientes de emenda da bancada federal, que foram aplicados na execução de obras e na aquisição de equipamentos e material permanente.

Clique aqui e assista matéria produzida pela TV Ufes. 

Estiveram presentes na reunião o senador Fabiano Contarato; os deputados federais Da Vitória, Felipe Rigoni, Helder Salomão e Sérgio Vidigal; e o secretário de Educação do município de Vila Velha, Roberto Beling. Também participaram do encontro pró-reitores, diretores de centros de ensino e gestores da Universidade.

As duas usinas formam o maior parque de minigeração distribuída de energia solar fotovoltaica do Espírito Santo e foram construídas com recursos da ordem de R$ 18 milhões, provenientes de emenda da bancada federal.

O reitor Reinaldo Centoducatte abriu a reunião agradecendo o apoio dos parlamentares e enfatizou a importância da utilização de energia solar na Universidade: “É uma energia renovável, uma energia limpa, que não agride o meio ambiente. E é uma economia que vamos fazer na conta de energia elétrica, que é uma das maiores contas que nós temos. Então, nós vamos ter uma economia, nesta primeira fase, em torno de R$ 5 milhões/ano. Nós também temos mais R$ 2,4 milhões que vão ser implantados a partir de uma descentralização orçamentária do MEC [Ministério da Educação]. A economia será maior ainda. Isso significa reduzir custeio da Ufes, e esses recursos serão destinados a outros programas, principalmente àqueles associados às atividades-fim da Universidade”.

O senador Fabiano Contarato destacou a interdisciplinaridade do projeto: “Sou presidente da Comissão de Meio Ambiente e fico muito feliz de ver esse projeto saindo do papel, ganhando vida aqui dentro, e que tem um caráter interdisciplinar. Porque não é só no aspecto econômico que está havendo uma redução, mas está tendo uma sustentabilidade que caminha de mãos dadas com a economia. Só quero parabenizar a Universidade e, mais uma vez, me colocar à disposição de vocês. Quero agradecer também aos colegas parlamentares por terem essa sensibilidade de alocar emendas para esse e outros grandes projetos que virão”.

Unidade

O deputado federal Helder Salomão destacou a unidade da bancada em prol de investimentos que ele qualificou como “estruturantes”: “Nós temos muitas diferenças entre nós, mas, quando se trata dos interesses do Espírito Santo, nós temos conseguido manter uma unidade que não se verifica em outras bancadas. Tenho visto o esforço de todos no sentido de buscar investimentos que efetivamente ajudem a melhorar a vida das pessoas, como esses aqui na Universidade Federal do Espírito Santo, que é para nós não só uma referência, como um motivo de orgulho por tudo o que ela tem colaborado ao longo de tantos anos para o desenvolvimento econômico e social do nosso estado e do nosso país”.

Salomão também destacou a forma como os recursos foram aplicados: “O pior dos mundos é quando a gente destina o recurso e esse recurso não é bem aplicado ou nem é aplicado, por falta de eficiência e de compromisso. Quando eu vejo, Reinaldo, você fazer essa apresentação e mostrar como esses recursos, que são recursos valiosos, são aplicados de maneira transparente, objetiva, nos dá muita felicidade”, afirmou, dirigindo-se ao reitor.

Para o deputado Sérgio Vidigal, é o momento de outras instituições públicas aderirem a essa iniciativa. “O que me deixa feliz é que nós estamos começando esse modelo da energia solar fotovoltaica. É um momento importante para promover nos órgãos públicos uma discussão para que possam potencializar a geração de energia solar fotovoltaica. Essa instituição pode servir de referência para estimular que outras instituições públicas também sigam o mesmo caminho”, destacou.

“O investimento em energia fotovoltaica não gera custeio, ele reduz custeio. E, em tempos de crise fiscal, realmente precisamos fazer investimentos neste sentido para conseguir tocar a educação superior brasileira da maneira que a gente precisa”, reforçou o deputado Felipe Rigoni.

O deputado Da Vitória incentivou que ideias como esta possam ser adotadas por outras instituições e demonstrou o comprometimento da bancada. “Nós estamos comprometidos em ampliar a participação do estado nos recursos da União, com projetos que possam atender à sociedade. Quando conhecemos um pouco mais da aplicação desses recursos, isso nos estimula para que possamos defender cada vez mais uma distribuição desses recursos para quem possa planejar e entregar resultados”, disse. 

Economia

Em fase de testes desde outubro de 2019, as usinas abastecem os campi de Goiabeiras e Maruípe, com capacidade para produzir 7,7 milhões de kWh/ano de energia elétrica. Isso representa uma redução de 45,5% no consumo de energia elétrica do campus Goiabeiras (e de 30% na conta geral de energia elétrica da Universidade). A economia anual estimada é de R$ 5 milhões, incluindo a substituição da iluminação externa por lâmpadas de LED.

Os 17 mil painéis de captação de energia solar foram instalados em prédios da Universidade reunidos em 55 conjuntos. Segundo a Superintendência de Infraestrutura da Ufes, responsável pelo projeto, já estão sendo realizados os estudos para implantação de novas usinas nos campi de Alegre e São Mateus. Mas, apesar de ainda não possuírem usinas solares fotovoltaicas, esses campi também serão beneficiados, pois a geração de energia elétrica das usinas de Goiabeiras e Maruípe atenderá toda a Universidade, por meio do sistema de créditos. De acordo com a Resolução nº 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o sistema transforma em créditos toda energia gerada e não consumida, que podem ser descontados nas contas de energia elétrica posteriores da mesma unidade ou de qualquer outra indicada pelo proprietário da usina.

Além disso, a Universidade vai diminuir ainda mais a conta da energia elétrica com a conclusão da instalação dos novos postes metálicos com luminárias de tecnologia LED, que fazem parte da primeira etapa da iluminação prevista para os campi de Goiabeiras e Maruípe. Inicialmente, o novo sistema de iluminação foi instalado nos locais considerados mais críticos e que apresentam problemas como os relacionados à acessibilidade e à segurança.

Estão previstas ainda a substituição das luminárias do anel viário e a implementação de postes em estacionamentos; a complementação da 1ª etapa, com a instalação de postes de quatro metros em todo o campus de Goiabeiras; a adequação de posicionamento e a instalação de luminárias antivandalismo com lâmpadas LED em todas as passarelas cobertas do campus de Goiabeiras e a substituição de toda a iluminação do campus de Maruípe.

 

Texto e foto: Thereza Marinho