Sobre a Ufes

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) é a única universidade pública e gratuita do Espírito Santo, localizado da região Sudeste do Brasil. É uma instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC), que atua com base no princípio da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, e abarca as mais diversas áreas do de conhecimento.

Ocupando uma área total de 13,8 milhões de m2, a Ufes tem sua sede principal em Vitória, capital do ES, no campus de Goiabeiras. No mesmo município, encontra-se o campus de Maruípe. Outros dois campi estão localizados no norte e no sul do ES, respectivamente, nos municípios de  São Mateus e de Alegre.  

A Ufes oferece ensino de graduação presencial e a distância, e de pós-graduação (mestrado e doutorado acadêmico e profissional), mantendo em torno de 25 mil estudantes nessas modalidades. Tem relevante atuação na pesquisa científica e tecnológica e na extensão universitária, com programas e projetos em todos os municípios capixabas.

Também presta diversos serviços ao público acadêmico e à comunidade, por meio de equipamentos como teatro, cinema, galerias de arte, museus, centro de ensino de idiomas, bibliotecas, planetário e observatório astronômico, auditórios, ginásio de esportes e outras instalações esportivas. Oferece também serviços na área de saúde por meio do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam), sendo referência em atendimentos de média e alta complexidade.

Fotografia aérea do campus de Goiabeiras, com suas áreas verdes e prédios, tendo ao fundo parte da cidade de Vitória e o mar em tom azul escuro
Campus de Goiabeiras, Vitória/ES

O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2021-2030 da Ufes estabelece sua missão, visão e valores da seguinte forma:

Missão: 

Garantir a formação humana, acadêmica e profissional com excelência, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, com a produção de avanços científicos, tecnológicos, educacionais, culturais, sociais e de inovação, e a promoção dos direitos e da inclusão social.

Visão: 

Ser reconhecida como instituição pública de excelência nacional e internacional em ensino, pesquisa e extensão, comprometida com a inclusão social, a interiorização, a inovação e o desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira, em particular do Estado do Espírito Santo.

Valores: 

• Compromisso com os interesses e as necessidades da sociedade brasileira, em particular a capixaba;

• Interlocução e parceria com a sociedade;

• Defesa da universidade pública, gratuita, laica, pluriétnica e socialmente referenciada;

• Comprometimento com a excelência do ensino, da pesquisa e da extensão;

• Defesa e respeito às diversidades étnico-raciais, de gênero, culturais, sociais e regionais de nossa população;

• Gestão democrática, transparente, participativa e efetiva;

• Compromisso com a valorização das pessoas e defesa intransigente dos Direitos Humanos na garantia do Estado Democrático de Direito;

• Compromisso com o coletivo, a pluralidade, a acessibilidade, as ações afirmativas e a democratização do acesso e da permanência estudantil;

• Defesa permanente da autonomia universitária;

Garantia da liberdade de ensinar e de aprender;

• Atuação calcada em princípios éticos e de sustentabilidade (social, econômica e ambiental).

A estrutura organizacional da Ufes é composta pelas seguintes instâncias: três conselhos superiores, reitoria, pró-reitorias, centros de ensino,  superintendências, secretarias e órgãos suplementares.

REITORIA

É o órgão executivo máximo da Administração Superior da Universidade, responsável por planejar, administrar, coordenar e fiscalizar todas as atividades da instituição, além de realizar convênios e parcerias que garantam o desenvolvimento das atividades acadêmicas.

CONSELHOS SUPERIORES

Conselho Universitário (CUn)  É o órgão superior deliberativo e consultivo da Ufes em matéria de política universitária, administrativa, financeira e de planejamento. É presidido pelo reitor e composto pelo vice-reitor, pelo reitor imediatamente anterior, pelos diretores dos 11 centros de ensino, por quatro pró-reitores (de Administração, de Planejamento, de Políticas Afirmativas e Assistência Estudantil e de Gestão de Pessoas), pelo diretor do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes, por três representantes do corpo docente, três representantes dos técnicos-administrativos e cinco dos estudantes. Para cada membro do conselho, há um suplente.

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) – É o órgão central da Ufes para atuar em questões de supervisão de ensino, pesquisa e extensão, com funções deliberativas e consultivas. É presidido pelo reitor e composto pelo vice-reitor, por dois representantes dos professores de cada centro de ensino; pelos pró-reitores de graduação, de extensão, e de pesquisa e pós-graduação; por dois representantes do corpo técnico-administrativo e por seis dos estudantes. Para cada membro há um suplente.

Conselho de Curadores (CUr) – É o órgão deliberativo e consultivo em matéria de fiscalização econômico-financeira. Acompanha e fiscaliza a execução orçamentária da Universidade. Tem a responsabilidade de aprovar os balancetes financeiros mensais e a prestação anual de contas da Universidade, apresentada pelo reitor, para que ao fim seja enviada à Controladoria Geral da União (CGU). O conselho é formado por um presidente, um vice-presidente, três representantes do corpo técnico-administrativo indicados pelo Cepe, três representantes dos professores indicados pelo CUn, um representante do Ministério da Educação (MEC), um da comunidade, um do corpo técnico-administrativo e um dos estudantes.

PRÓ-REITORIAS

Operacionalizam a gestão da Universidade, dando suporte administrativo e acadêmico à Reitoria. As pró-reitorias são as seguintes: de Administração (Proad), de Extensão (Proex), de Gestão de Pessoas (Progep), de Graduação (Prograd), de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan) e de Políticas Afirmativas e Assistência Estudantil (Propaes).

CENTROS DE ENSINO

São unidades acadêmico-administrativas que reúnem cursos de áreas do conhecimento afins. Cada centro é liderado por um diretor e um vice-diretor – com mandatos de quatro anos – e tem como instância deliberativa máxima o Conselho Departamental, composto pelos chefes de cada departamento, coordenadores de cursos de graduação e de pós-graduação e representantes dos segmentos dos técnicos-administrativos e dos estudantes. Cabe aos centros o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão, em articulação com as coordenações dos cursos de graduação e dos programas de pós-graduação e dos departamentos acadêmicos.

Centros de ensino, pesquisa e extensão:

  • Centro de Artes (CAR) - campus Goiabeiras
  • Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE) - campus Alegre
  • Centro de Ciências Exatas (CCE) - campus Goiabeiras
  • Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS) - campus Alegre
  • Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) - campus Goiabeiras
  • Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) - campus Goiabeiras
  • Centro de Ciências da Saúde (CCS) - campus Maruípe
  • Centro de Educação (CE) - campus Goiabeiras
  • Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) - campus Goiabeiras
  • Centro Tecnológico (CT) - campus Goiabeiras
  • Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes) - campus São Mateus

DEPARTAMENTOS ACADÊMICOS

O departamento é a base da estrutura acadêmica da Universidade. Ele reúne os professores por área de conhecimento e atividades fins (ensino, pesquisa e extensão). A instância máxima do departamento é a câmara departamental, formada por todos os seus professores e pelos representantes estudantis na proporção de um quinto do total. O chefe do departamento é eleito pela câmara departamental a cada dois anos, podendo haver consulta ao conjunto dos estudantes por meio de voto direto. Os departamentos são vinculados aos centros de ensino.

COLEGIADOS ACADÊMICOS

Cada curso de graduação é coordenado por um colegiado que reúne professores dos departamentos que oferecem disciplinas naquele curso e pelos representantes estudantis, sendo presidido por um dos professores. Os programas de pós-graduação são coordenados por um colegiado formado pelos professores permanentes e representantes estudantis, presidido por um dos professores.  Ao coordenador do colegiado compete, dentre várias atividades, programar semestralmente a oferta de disciplinas para o curso e orientar o aluno nas questões relacionadas à sua vida acadêmica.

SUPERINTENDÊNCIAS E SECRETARIAS

São unidades administrativas vinculadas diretamente ao Gabinete da Reitoria. A Ufes conta com cinco superintendências e cinco secretarias. São elas: Superintendência de Educação a Distância (Sead), Superintendência de Comunicação (Supec), Superintendência de Infraestrutura (SI), Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) e Superintendência de Orçamento e Finanças (SOF), Secretaria de Avaliação Institucional (Seavin), Secretaria de Cultura (Secult), Secretaria de Órgãos Colegiados Superiores (Socs), Secretaria de Relações Internacionais (SRI) e Secretaria de Inclusão e Acessibilidade (Siac).

ÓRGÃOS SUPLEMENTARES

São unidades de apoio à administração e potencializadores das atividades da Universidade. São eles: o Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB), a Editora da Ufes (Edufes), o Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), o Instituto de Inovação Tecnológica (Init), o Instituto de Odontologia (Ioufes), o Instituto Tecnológico (Itufes), a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) e a Superintendência de Infraestrutura (SI).

A criação de uma universidade no Espírito Santo começa a ser idealizada no início da década de 1950. A educação superior entra na agenda de prioridades na gestão do então governador Jones dos Santos Neves. Naquele período, foram criadas diversas faculdades como a Escola Politécnica; a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; a Escola de Belas Artes (estas em 1951); o Instituto de Música, em 1952; e a Faculdade de Odontologia, a Escola de Auxiliares de Enfermagem e o Instituto de Tecnologia, no ano seguinte.   

A meta de Santos Neves, entretanto, era concretizar a criação de uma universidade pública que reunisse diferentes áreas do conhecimento. O entendimento era de que a instituição a ser fundada deveria estar plenamente integrada à nova etapa econômica que se pretendia para o Estado, a ser proporcionada pela a substituição do modelo econômico agrário-exportador pelo industrial. O governador via na educação superior um instrumento capaz de apressar as mudanças, e idealizou a união das poucas instituições de ensino, então dispersas, em uma universidade. 

Para promover essa guinada, era indispensável dispor de recursos humanos qualificados, por meio de um projeto ambicioso. Assim, em seu segundo ano de governo, Santos Neves encaminha mensagem à Assembleia Legislativa propondo a reserva de uma área onde deveria ser instalada a nova universidade. Porém, o terreno escolhido para receber o principal campus da nova instituição foi desapropriado somente em 1966, pelo governo federal. Ainda em 1953, foi criado o Conselho de Ensino Superior (CES), que analisou e rascunhou um anteprojeto de lei propondo a criação da instituição de ensino superior. Em 31 de janeiro de 1954, o anteprojeto foi encaminhado para a Assembleia Legislativa. Finalmente, na sessão de 20 de abril de 1954, o projeto foi aprovado e, três dias depois, a redação final foi lida em sessão. 

Aprovado na Assembleia, o projeto foi sancionado pelo governador e transformado na Lei nº 806, de 5 de maio de 1954. Estava criada a Universidade do Espírito Santo (UES). Assim, se consumava um dos mais importantes fatos históricos ocorridos naquele século no Espírito Santo. Em 22 de maio, foi nomeado pelo governador Jones dos Santos Neves como primeiro reitor, o professor Ceciliano Abel de Almeida, e, no dia 26, a nova universidade estava oficialmente instalada. Porém, se o projeto era ambicioso e necessário, a sua concretização enfrentava graves dificuldades, sobretudo com o cenário regional da economia bastante fragilizado.  

A nova universidade era composta pelas faculdades de Filosofia, Ciências e Letras, de Odontologia, de Química Industrial e Farmácia, Politécnica, de Música, de Belas Artes, de Educação Física, e de Medicina – esta somente foi instalada em 1960. A Faculdade de Ciências Econômicas foi criada em 1957, por meio de decreto estadual, e incorporada à universidade em 1961. No mesmo ano, também foi incorporada a Faculdade de Direito, fundada em 1930, e federalizada em 1950.

Quatro anos depois de fundada, a nova universidade ainda enfrentava estagnação em diferentes áreas e graves dificuldades para se consolidar, devido aos baixos investimentos e ausência de soluções para a instalação do seu campus universitário. A alternativa idealizada nos governos de Francisco Ataíde, de 1952 a 1955; de Francisco Lacerda de Aguiar, de 1955 a 1959; de Carlos Lindenberg, em 1959; e de Raul Giuberti, de 1959 a 1962; era transferir a universidade para o Sistema Federal de Ensino. A federalização da universidade, entretanto, seria um processo penoso e marcado por incertezas. 

Em outubro de 1959, em visita a Vitória, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, assinou, simbolicamente, mensagem ao Congresso Nacional propondo a inclusão da universidade no Sistema Federal de Ensino. Porém, somente em 15 de dezembro do ano seguinte o presidente enviou a mensagem ao Congresso Nacional. A tramitação no Congresso foi extremamente rápida, devido à participação decisiva do deputado Dirceu Cardoso (1913 – 2003), que se mobilizou intensamente para que o projeto fosse aprovado. Na sessão de 19 de janeiro de 1961, foi lido o projeto, contendo todos os pareceres favoráveis e, finalmente, aprovado nas duas Casas do Congresso, o que aconteceu em 30 de janeiro de 1961.

Conta a história que, imediatamente após a aprovação pelo Congresso, Dirceu Cardoso apanhou o processo e, com ele em mãos, atravessou apressadamente, quase correndo, a Esplanada dos Ministérios, a tempo de alcançar o presidente da República no Palácio da Alvorada, em seu último dia de mandato. A cena do parlamentar em correria na Esplanada dos Ministérios traduzia a urgência do Espírito Santo. Cardoso encontrou JK se despedindo de seus principais auxiliares e, enfim, obteve dele a sanção tão aguardada pelos capixabas, e que teria sido o último ato administrativo de Juscelino Kubitschek como presidente. Materializava-se ali, naquele gesto, uma nova universidade. Em 1965, todas as instituições de ensino superior vinculadas ao MEC e mantidas pela União passaram a ser denominadas de universidades federais. Assim, surge a Universidade Federal do Espírito Santo, a Ufes.