Ufes recebeu 79 estudantes estrangeiros em 2018. Conheça as ações de internacionalização

28/02/2019 - 17:17  •  Atualizado 01/11/2022 09:17
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Como aprimorar o papel da universidade, para que ela possa ser competitiva internacionalmente em relação à pesquisa, à inovação e à formação dos seus estudantes de graduação e pós-graduação? A internacionalização é parte importante da resposta a essa pergunta.

Receber e enviar estudantes, professores e pesquisadores, fazer pesquisas em parceria com outros países e participar de eventos e publicações internacionais são algumas das formas pelas quais a Ufes tem buscado ampliar o alcance de sua atuação. “Queremos ter visibilidade internacional e que a Ufes seja um destino para estudantes e pesquisadores”, disse a secretária de Relações Internacionais da Universidade e professora de Engenharia Civil, Patrícia Cardoso.

A mobilidade é uma das partes mais consolidadas deste trabalho, segundo ela. Em 2018, a Ufes recebeu 37 alunos de graduação e 42 de pós-graduação, segundo dados da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) e da diretoria de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG). Em contrapartida, foram para o exterior 51 estudantes de graduação.

Na pós, anualmente, cerca de 40 alunos passam de três a 12 meses em centros de pesquisa do exterior, em doutorados-sanduíches. Entre os professores, como mais de 80% já possuem doutorado, o mais comum é se afastarem para o pós-doutorado: dos cerca de 40 a 50 docentes que tiram licença por ano para desenvolver um projeto científico ou tecnológico, aproximadamente 20 se dirigem a universidades do exterior. Na outra direção, atualmente seis professores visitantes estrangeiros lecionam na Ufes.

Responsável pela política de internacionalização da Ufes, a Secretaria de Relações Internacionais recebe quem chega, oferece oportunidades de mobilidade para a comunidade universitária, fomenta acordos e convênios para ampliar as colaborações com instituições estrangeiras e apoia o aprimoramento em idiomas para fins acadêmicos.

Esta matéria é parte integrante da 9ª edição da Revista Universitade. Leia mais em https://blog.ufes.br/revistauniversidade/2018/12/ .

Critério de avaliação

A internacionalização está entre os critérios avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para definir o conceito dos programas de pós-graduação. Essa nota é usada para definir a abertura e a manutenção de mestrados e doutorados e influencia a visibilidade das pesquisas e a captação de recursos.

Os indicadores variam conforme a área de conhecimento mas, em geral, são considerados critérios como a presença de professores estrangeiros no programa, a participação em comitês e diretorias de sociedades científicas internacionais, a presença em eventos científicos no exterior, a docência, a consultoria e a editoria de periódicos relativas a instituições de outros países, a inclusão em intercâmbios e convênios internacionais e a captação de recursos para projeto de pesquisa em um cenário de competitividade mundial.

“A internacionalização é muito importante quando é uma via de mão dupla, ou seja, quando encontramos parceiros no exterior que querem e, principalmente, precisam colaborar em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, afirmou o diretor de Pós-Graduação da PRPPG, o professor de Ciências Fisiológicas José Geraldo Mill.

Segundo a pesquisa “A internacionalização na Universidade Brasileira: Resultados do Questionário Aplicado pela Capes”, realizada em 2017, a mobilidade de docentes e discentes para outros países é a parte mais bem resolvida da internacionalização. Já a atração de professores estrangeiros e o aproveitamento dos que se qualificaram no exterior são apontadas como desafio prioritário, já que eles poderiam mobilizar suas redes externas para estabelecer intercâmbios e parcerias científicas.

Na Ufes, a situação não é diferente. “Até aqui, nosso processo de internacionalização ficou mais focado na formação de recursos humanos no exterior. Daqui para a frente, há a necessidade de aumentar o grau de cooperação internacional. Para isso, precisamos melhorar as condições institucionais para receber professores e estudantes estrangeiros, bem como aumentar os recursos para desenvolvimento destes intercâmbios”, disse o professor Mill.

A presença de artigos de professores da Ufes no exterior reflete o trabalho já realizado: em 2017, foram 1044 publicações em periódicos com circulação internacional, segundo a plataforma Scopus, o maior banco de dados de resumos e citações da literatura com revisão por pares. Desses, 20% foram feitos em colaboração com instituições estrangeiras. Além disso, foram registradas participações de docentes em 332 eventos no exterior no mesmo ano, com a apresentação de pelo menos um trabalho científico.

Fomento

Para aumentar a cooperação internacional, a Ufes busca recursos para fomentar pesquisas e oportunidades de mobilidade para a comunidade acadêmica. A SRI integra diversas redes mundiais com essa finalidade, bem como redes brasileiras, latino-americanas, europeias e de língua portuguesa.

Uma dessas associações é o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB), composto por 83 instituições brasileiras de Educação Superior, que promove parcerias acadêmicas com instituições de mais de 100 países. Entre elas está o Programa de Alianças para a Educação e a Capacitação (Paec), que concede bolsas de estudos integrais para cursos de pós-graduação stricto sensu a estudantes dos demais países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA). A parceria com a OEA, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e o Ministério das Relações Exteriores brasileiros (MRE) já trouxe para a Ufes mais de 60 pós-graduandos latino-americanos.

Localmente, a Ufes integra a Rede de Internacionalização da Educação do Espírito Santo (RIEES), em que atua no fomento de oportunidades internacionais em conjunto com outras cinco instituições de ensino superior. Um exemplo é a ação integrada de recepção aos alunos internacionais.

A Ufes possui 121 acordos de cooperação internacionais vigentes, que podem representar uma ação de toda a instituição ou alguma parceria específica, para pesquisa ou mobilidade por exemplo. Alguns deles são motivados por professores e outros são frutos de visitas diplomáticas, em que os países tomam conhecimento das oportunidades de investir em pesquisas realizadas na Universidade. Além disso, a cooperação com outros países resulta também em ações culturais, como mostras de cinema.


Texto: Lidia Neves
Foto: Arquivo Secom