Ufes coordena projeto de produção de café em Moçambique

23/04/2019 - 18:06  •  Atualizado 01/11/2022 09:17
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Após duas visitas a Moçambique realizadas por meio do projeto Desenvolvimento Sustentável do Café no Parque Nacional Gorongosa/Moçambique em sistema Agroflorestal Integrado no Contexto da Deflorestação, Alterações Climáticas e Segurança Alimentar, a equipe da Ufes que coordena a parte brasileira do estudo já obtém, como um dos primeiros resultados, o manejo correto da cultura do café arábica no Parque Nacional da Gorongosa.

Com financiamento da Agência Brasileira de Cooperação e previsão de execução de 60 meses, o projeto teve início no fi nal de 2017, quando foi assinado um acordo de cooperação técnica trilateral entre Brasil, Portugal e Moçambique. O objetivo é implementar um sistema de produção de café sustentável no Parque Nacional da Gorongosa para mitigar os efeitos da deflorestação e da pressão das alterações climáticas, promover o agronegócio e aumentar o rendimento e a segurança alimentar das famílias rurais da região.

O desafio é promover a orientação técnica para plantar café numa pequena área do parque, com cerca de 300 hectares, onde não há nenhuma tradição do cultivo dessa planta e que possui como atrativo principal o safari internacional, com grande população de leões, elefantes e rinocerontes, entre outros animais.

Valor agregado

O coordenador da parte brasileira do projeto e professor da Ufes, Fábio Partelli, afirmou que o trabalho só é viável se possuir um grande valor agregado. “A ideia é produzir o café para ser comercializado na Europa e nos Estados Unidos, agregando qualidade e valor. Dessa forma, o projeto pode representar uma boa fonte de renda para as 1.600 famílias que moram na região, caracterizada pela pobreza extrema”, explicou.

Ainda segundo Partelli, a Ufes participa do estudo devido a sua forte presença mundial na pesquisa sobre café. “Nós somos a primeira instituição de pesquisa do mundo na publicação de artigos científicos sobre café conilon/robusta, e a quinta quando se trata de café em geral (conilon e arábica)”, enfatizou.

O projeto envolve técnicos, estudantes e professores de graduação e pós-graduação do Brasil e de Portugal.

 

Texto: Hélio Marchioni
Foto: professor Fábio Partelli

Edição: Thereza Marinho