Sessão solene celebra 45 anos do PPGE e destaca sua importância para a sociedade

03/10/2023 - 17:14  •  Atualizado 04/10/2023 18:05
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“Orgulho da Ufes”. Com essas palavras do reitor em exercício da Ufes, Roney Pignaton, o Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) celebrou 45 anos de existência em uma sessão solene no Teatro Universitário nesta terça-feira, 3. O evento contou com as presenças do secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo; da diretora de Pós-Graduação da Ufes, Eliza Bartolozzi; do diretor do Centro de Educação (CE), Reginaldo Sobrinho; do coordenador do PPGE, Wagner dos Santos; e de estudantes e de servidores técnico-administrativos. Além da cerimônia, o público – que lotou o Teatro – assistiu a uma apresentação do Coral da Ufes e à mesa-redonda O impacto do PPGE/CE/Ufes no cenário nacional e internacional.

Na solenidade, Pignaton destacou a excelência do ensino e da pesquisa do PPGE, um dos três programas de pós-graduação da Ufes com nota 6 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “O Programa de Pós-Graduação em Educação é uma demonstração de que a universidade pública brasileira está viva, presente, ativa e comprometida com o ensino de qualidade. Vocês, que constroem o PPGE, fazem a diferença”, afirmou.

Egresso da Ufes, o secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, afirmou que a produção do PPGE tem contribuído para a reflexão e a autocrítica da gestão estadual da educação, influenciando nas políticas e práticas educacionais no Espírito Santo. “Sem a reflexão sobre a nossa prática, a chance de reproduzir as coisas de forma automática e acrítica é enorme. O PPGE é um programa que produz conhecimento crítico sobre aquilo que os gestores fazem na educação”, disse o secretário.

Eliza Bartolozzi, que além de diretora de Pós-Graduação é professora no PPGE, salientou o trabalho coletivo de estudantes, professores e demais servidores do Programa desde a sua criação em 1978, sendo o primeiro programa de pós-graduação da Ufes. Segundo ela, apesar das diferenças entre as diversas pessoas que passaram pelo PPGE, sempre houve um objetivo que as uniu.

“O que nos alimenta é o compromisso com a educação pública, laica e de qualidade referenciada. Nosso trabalho prima pela inclusão social e educacional, sobretudo para as classes populares”, disse Bartolozzi. Segundo ela, a PRPPG está trabalhando para incluir a reserva de vagas para todos os programas de pós-graduação da Universidade – atualmente, nove dos 62 programas contam com a opção. “E ano que vem teremos mais três programas de pós-graduação e cinco doutorados. Estamos expandindo não só quantitativamente, mas qualitativamente, porque muitos programas subiram a nota para 4 e para 5”, acrescentou.

Adaptação e renovação

Para o diretor do Centro de Educação, Reginaldo Sobrinho, a trajetória do PPGE é marcada pela capacidade de adaptação e de renovação ao longo desses 45 anos, “desde a criação das áreas de concentração até a reconfiguração do programa em núcleos temáticos e linhas de pesquisa”.

Acompanhando de perto as transformações do debate acadêmico e as lutas regionais e nacionais em torno da educação, o PPGE já formou 995 mestres e 356 doutores, abrangendo estudantes estrangeiros de países como Moçambique, Peru, Honduras e Equador. “O acompanhamento dos egressos evidencia que os mestres e doutores formados pelo Programa têm conquistado posições de destaque na própria Universidade, em institutos federais e no ensino superior privado”, disse Sobrinho.

Internacionalização

Após a solenidade e a apresentação do Coral da Ufes, teve início a mesa-redonda O impacto do PPGE/CE/Ufes no cenário nacional e internacional. Participaram do debate o coordenador do PPGE, Wagner dos Santos, o professor aposentado e primeiro coordenador do Programa, João Eudes Pinheiro, e a professora Danielle Piontkovsky, egressa do Programa e diretora de Pós-Graduação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

O coordenador do PPGE apresentou a política de internacionalização do Programa, que nos últimos anos elevou suas ações de mobilidade tanto para estudantes quanto para professores. A lista de países é extensa e compreende as Américas do Sul, Central e do Norte, Europa, Ásia e África. “Esse movimento não nasce hoje. O PPGE nasce com um programa internacional. Desde a sua constituição, ele é formado por professores de fora do Brasil e por professores brasileiros que continuaram suas formações em outros centros de excelência fora do país. Trazemos a marca do diálogo desde a nossa criação”, disse o coordenador.

Em seguida, João Eudes Pinheiro relembrou a criação do PPGE em 1978, destacando as dificuldades de um contexto histórico e político marcado pela ditadura no Brasil. “Até então, não havia pesquisa em educação no Espírito Santo”, disse. Antes professor na Universidade de Brasília (UnB), Pinheiro chegou ao estado em 1975. A implantação do PPGE, lembrou ele, enfrentou muitas dificuldades: “Uma autoridade disse que devíamos abrir um programa lato sensu, porque não tínhamos capacidade de ter mestrado. Não tínhamos espaço físico nem equipe”.

Hoje, 45 anos depois, o PPGE segue formando professores e gestores, a exemplo da diretora de Pós-Graduação do Ifes, Danielle Piontkovsky, que, emocionada, lembrou da sua entrada no mestrado, vinda do município de São Roque do Canaã: “Sei de colegas que viveram travessias parecidas. Era difícil para nós até encontrar o prédio, imagine fazer a prova, defender um projeto de pesquisa diante de professores, conseguir proficiência em língua estrangeira. Um contexto de estudante do interior do estado, que ainda tinha a universidade como possibilidade difícil de concretização. Passamos pelo PPGE, mas ele fica em nós”, disse ela.

Desde a sua criação, o PPGE já formou 995 mestres e 356 doutores.
 


Texto e foto: Leandro Reis
Edição: Thereza Marinho