Reitor Reinado Centoducatte recebe a imprensa e fala sobre corte anunciado pelo MEC

02/05/2019 - 18:55  •  Atualizado 01/11/2022 09:17
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O reitor Reinaldo Centoducatte e a vice-reitora Ethel Maciel receberam a imprensa na tarde desta quinta-feira, 2, para falar sobre as comemorações dos 65 anos da Universidade e sobre o corte de 30% anunciado pelo Ministério da Educação para todas as universidades federais.

A vice-reitora abriu a entrevista destacando que, apesar das dificuldades, o momento é de comemoração: “É o momento de mostrarmos à sociedade capixaba tudo o que nós estamos plantando ao longo desses 65 anos. São muitas coisas, muitos projetos que vêm beneficiando muitas áreas, como a agricultura, entre tantas outras. Por meio dos salários que pagamos e das empresas que contratamos nós movimentamos a economia capixaba, nós injetamos dinheiro na economia. Então é um momento de comemoração”.

Sobre os cortes, o reitor, que também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), afirmou que a notícia pegou de surpresa as instituições.

“Nós já estamos com o orçamento completamente defasado em relação aos gastos que as universidades têm. Temos também bloqueadas as emendas de bancada. Isso significa menos recursos para custear e investir nas instituições. Como já estamos com o orçamento defasado, essa medida vai criar uma situação de difícil solução, podendo inviabilizar o funcionamento das universidades em 2020”.

Clique aqui e assista à entrevista na integra.

A entrevista contou ainda com a presença do reitor da Universidade Federal da Bahia e vice-presidente da Andifes, João Carlos Pires da Silva; do pró-reitor de Planejamento, Anilton Salles Garcia; e da pró-reitora de Administração, Teresa Carneiro.

Impacto

Os pró-reitores explicaram que, na Ufes, do orçamento total da Universidade para 2019, de cerca de R$ 926 milhões (considerando as fontes de arrecadação própria mais as fontes do Tesouro), aproximadamente 800 milhões são destinados ao pagamento de servidores (ativos e inativos); R$ 69 milhões para o pagamento de custeio (despesas com a manutenção da instituição, como luz, telefone, limpeza); R$ 51 milhões para auxílios do programa de assistência estudantil; e R$ 6 milhões são destinados a investimentos (compra de equipamentos, obras, reparos).

Atualmente, já existe um contingenciamento de 60% na verba para custeio e de 90% nos recursos para investimentos. O corte de 30% anunciado pelo MEC vai representar menos R$ 20 milhões nos recursos destinados a custeio.

O reitor Reinaldo Centoducatte afirmou que, em uma reunião a ser realizada no próximo dia 16 pela Andifes com a presença do secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, e possivelmente do ministro da Educação, Abraham Weintraub, as instituições pretendem reverter essa medida. “Nós vamos lutar, trabalhar e convencer aqueles que são mantenedores das universidades federais de que essa ação será muito danosa. Vamos trabalhar com a perspectiva de manter todos os cursos funcionando, manter o sistema de ingresso na Universidade, manter nosso hospital funcionando e dar conta de retornar à sociedade aquilo que ela investe em nossas instituições”

 

Texto e foto: Thereza Marinho
Imagens da entrevista: TV Ufes