Projeto Mãe Adolescente recebe prêmio "Atitude Sustentável"

04/01/2016 - 08:49  •  Atualizado 06/01/2016 11:59
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Pesquisadores do Projeto Mãe Adolescente do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), conquistaram em dezembro o segundo lugar na categoria "Escola" da premiação do Projeto Atitude Sustentável. 

Dez trabalhos que promovem cidadania e fazem a diferença em comunidades de todo o Espírito Santo foram premiados.  Ao todo, 108 trabalhos foram inscritos para concorrer ao evento nas categorias de Empresa, Escola, Terceiro Setor, Incentivo (Cidadão) e ao prêmio de Melhor Atitude Sustentável do ano.

Os projetos foram avaliados por uma banca de sete jurados nos quesitos: inovação, sustentabilidade, impacto direto, alcance, abrangência, e efeito multiplicador.

Os pesquisadores do Projeto Mãe Adolescente traçaram um retrato das gestantes jovens que tiveram bebês na maternidade do Hucam. O estudo foi apresentado no 37º Congresso Brasileiro de Pediatria, realizado no período de 13 a 16 de outubro de 2015 no Rio de Janeiro - RJ, na categoria autores do Tema Livre: Mãe Adolescente: Geração Nem – Nem, e recebeu na ocasião Menção Honrosa pelo Melhor Trabalho inscrito pelo estado do Espírito Santo.

O coordenador do projeto, professor Francisco Luiz Zaganelli, fez apresentação oral do trabalho no evento médico, realizado no Rio de Janeiro. Essa seleção ocorreu em um universo de mais de 1.200 trabalhos inscritos de todo o país.

Acompanhamento

O Projeto Mãe Adolescente nasceu em novembro de 2008, em parceria com o Rotary Clube Praia Comprida. É um projeto de extensão da Pró-Reitoria de Extensão que acompanha as adolescentes durante a internação e após a alta da maternidade.

No acompanhamento após a alta, o projeto procura assistir durante três anos a adolescente e seu filho. Além disso, auxilia mãe e filho nos ambulatórios de ginecologia, pediatria, psicologia, serviço social e planejamento familiar. Procura ainda, quando for o caso, auxiliar o pai adolescente. Objetiva também o projeto orientar a adolescente a retornar aos estudos logo após a licença da gravidez, realizar cursos profissionalizantes junto a instituições parceiras do Projeto.

 

“Hoje nosso projeto não se encerra quando a adolescente dá à luz, mas damos suporte para que ela tenha, como primeiro plano de sua vida, o estudo e o trabalho, evitando mais gravidez precoce. Não estamos aqui para criticá-la pela gestação não planejada e não desejada e nem incentivá-la na gestação desejada. Orientamos que a gravidez durante a adolescência pode colocar em risco a vida e o futuro da adolescente e de seu filho. Aumenta o círculo da pobreza. Trabalhamos com compreensão, saúde, educação e orientação” sublinhou o coordenador.

A pesquisa apresentou resultados estatisticamente significativos quando foram comparadas, antes e depois da gravidez, as variáveis “estudo”, “trabalho” e “uso de anticoncepcionais”. A maioria delas deixou de estudar e trabalhar o que justifica o termo nem – nem (nem estuda, nem trabalha).  

Entretanto, segundo o médico Francisco Zaganelli, foi gratificante o dado de que a maioria das mães adolescentes passou a usar métodos contraceptivos para não engravidarem novamente. Além de Zaganelli, o trabalho foi assinado pelas alunas voluntárias Geórgia Maciel e Maria Julia Morguetti; pelo pós-graduando em Estatística da Ufes, Higor Henrique Cotta; pelo ginecologista-obstetra do Hucam Alexandre Sales Santos; e pelo professor-pedagogo João Alvécio Sossai, da Faesa. O projeto contou ainda com a consultoria Internacional do médico  João Vieira Nunes, da City University of New York.

O Hucam é hospital classificado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), há mais de vinte anos, para atender a gestação de alto risco e de adolescentes. E elas chegam de todo o estado do Espírito Santo.

A cerimônia de premiação ocorreu na sede da Rede Gazeta, em Vitória, que organiza o evento em parceria com empresas privadas.

Texto: Assessoria do Hucam
Edição: Thereza Marinho