Professor do Centro de Educação da Ufes recebe comenda Hermann Beger na Assembleia Legislativa

02/07/2019 - 18:44  •  Atualizado 01/11/2022 09:20
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O professor Erineu Foerste, do Centro de Educação da Ufes, recebeu da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) a comenda Professor Hermann Beger, em comemoração aos 160 anos da imigração pomerana. Como forma de valorizar e reconhecer as pessoas que atuam na preservação e na divulgação da cultura e da língua pomeranas no Espírito Santo, a Ales homenageou dez personalidades. A solenidade foi realizada no dia 28 de junho, no Salão Nobre da Assembleia.

O professor Erineu Foerste, nascido em Vila Pavão e descendente de pomeranos, é também membro do colegiado do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Programa de Educação do Campo da Ufes, o qual objetiva formar profissionais que atuam na educação do campo e que possuem conhecimentos a partir de práticas educativas em contextos campesinos. O Programa de Educação do Campo tem parceria com 27 municípios do estado, com três centros estaduais de educação rural (Águia Branca, Boa Esperança e Vila Pavão), com a Secretaria Estadual de Educação (Sedu), com movimentos sociais e com a União dos Dirigentes Municipais de Educação do Espírito Santo (Undime/ES). O professor também é pesquisador e estudioso da cultura pomerana.

Foerste ressaltou a importância da comunidade pomerana: “Após 160 anos de lutas históricas na produção de suas existências materiais e simbólicas no Brasil, o povo tradicional pomerano mantém a oralidade da língua e as tradições de sua cultura, como culinária, vestuário, festas, casamento, arte, arquitetura e ritos”.

Atualmente, vivem no Espírito Santo aproximadamente 150 mil pomeranos, descendentes dos quatro mil imigrantes que chegaram no fim do século XIX. No país, são mais de 300 mil descendentes, localizados nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Minas Gerais, além do Espírito Santo.

História

A Pomerânia era um país localizado na Europa, às margens do Mar Báltico, e que, no final da II Guerra Mundial, foi dividido entre a Polônia e a Alemanha.

Os primeiros pomeranos desembarcaram no estado pelo Porto de Vitória, em 28 de junho de 1859. Eram 27 famílias, em um total de 117 passageiros. Eles eram agricultores e luteranos que partiram de Hamburgo, na Alemanha. Chegando a Vitória, eles foram encaminhados para o interior do estado, onde ocuparam localidades hoje conhecidas como Laranja da Terra, Vila Pavão, Pancas, Domingos Martins, Afonso Cláudio, Itaguaçu, Itarana, Santa Leopoldina, Baixo Guandu, Vila Valério e Santa Maria de Jetibá, município que concentra o maior número de descendentes pomeranos.

O professor alemão Hermann Berger, que dá nome à comenda, partiu da cidade de Solingen com destino ao Brasil no ano de 1860, aos 25 anos de idade, acompanhado de sua esposa Juliane Amalie Bracken. Eles desembarcaram no porto de Vitória no dia 11 de dezembro de 1872 e dirigiram-se pelo rio Santa Maria da Vitória até a localidade que, atualmente, é o município de Santa Maria de Jetibá. Ele lecionou a língua alemã e, posteriormente, construiu uma escola no local.

Berger também era dono e dirigia uma fábrica de cerveja na região. Morreu em 19 de junho de 1913, aos 78 anos de idade. O corpo de Hermann Berger está enterrado no Cemitério Holz, em Belém, comunidade de Santa Maria de Jetibá.

Na foto: o professor Erineu Foerste entre os deputados estaduais Sérgio Majeski (à esquerda) e Adilson Espíndula (à direita), proponente da homenagem.


Texto: Jorge Medina
Foto: Divulgação
Edição: Thereza Marinho