No Dia Internacional dos Direitos Humanos, Ufes adere à campanha ElesporElas

10/11/2015 - 16:28  •  Atualizado 12/11/2015 15:50
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No dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Ufes vai aderir à Campanha ElesporElas. O compromisso, em nome da comunidade masculina da Ufes, será assinado pelo reitor Reinaldo Centoducatte, com a presença da vice-reitora Ethel Maciel e de representantes do Governo do Estado, da Prefeitura de Vitória e do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

No Brasil, apenas duas universidades federais já aderiram à campanha: a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade de São Paulo (USP). 

Criado pela ONU Mulheres, a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, o movimento ElesPorElas (HeForShe) é um esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial, e ajudar homens e mulheres a modelarem juntos uma nova sociedade.

O objetivo é engajar homens e meninos para novas relações de gênero sem atitudes e comportamentos machistas. Para a ONU Mulheres, a voz dos homens é poderosa para difundir para o mundo inteiro que a igualdade para todas as mulheres e meninas é uma causa de toda a humanidade.

Nesse sentido, ElesPorElas quer ampliar o diálogo sobre os direitos das mulheres e acelerar os progressos para alcançar a igualdade de gênero. Para a ONU, isto será obtido através de uma reformulação da igualdade de gênero, fazendo que esta deixe de ser uma questão das mulheres para se tornar uma questão que exige a participação de homens e mulheres, beneficiando toda a sociedade nos âmbitos social, político e econômico.

Observatório

Na mesma data será lançado o Observatório dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Ufes, que terá a função de acompanhar reiteradas violações de direitos humanos no Espírito Santo, em especial questões relacionadas à violência.

A professora do Departamento de Direito e diretora de Cidadania e Direitos Humanos da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci), Brunela Vincenzi, lembra que o Estado tem um histórico lamentável de violações em estabelecimentos de detenção, bem como de casos de violência contra a mulher. Ela afirma também que povos tradicionais quilombolas e indígenas que habitam o norte do Estado vêm sofrendo com a ocupação indevida de suas terras, o que está acarretando uma situação de inviabilidade da vida nas comunidades, muitas vezes por falta de acesso à água para agricultura e para a vida cotidiana.

“A Ufes tem duas graduações oferecidas especificamente para essas comunidades, o curso de Educação no Campo e o curso de Licenciatura Indígena. Todavia, entendemos que ainda é preciso fazer mais. Por isso estamos construindo o observatório, que funcionará dentro do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania, contando com 17 professores da instituição como membros conselheiros, cada um responsável por um dos objetivos. A forma não será a de simples relatoria, mas de acompanhamento do trabalho das Secretarias de Estado para demandar posturas de observância de cada um dos objetivos. Em suma, não seremos apenas observadores e sim promotores de formas e sugestões para o alcance dos objetivos”, explica.

Texto: Thereza Marinho