Fortalecer projetos ligados à pandemia será uma das prioridades da Proex, afirma Renato Neto

02/06/2020 - 15:26  •  Atualizado 03/06/2020 19:18
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Como efeito da portaria publicada na segunda-feira, 1º de junho, o professor Renato Rodrigues Neto é o atual pró-reitor de Extensão da Ufes, em substituição à professora do Centro de Educação Tânia Maria Zanotti Guerra Frizzera Delboni, que coordenou as atividades da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) de maio de 2019 até a última sexta-feira, 29.

Neto, que foi diretor do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) por oito anos, é graduado e mestre em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), possui doutorado em Oceanografia Química pela University of Liverpool (Inglaterra) e pós-doutorado em Geoquímica Orgânica pela Florida International University (EUA).

Segundo o professor, a prioridade de sua gestão à frente da Proex será fortalecer o contato da Ufes com a sociedade, por meio de ações integradoras entre a comunidade acadêmica e os atores externos. Além disso, o pró-reitor pretende fortalecer os projetos recém-aprovados relacionados à pandemia da COVID-19: “Devemos ter o retorno das atividades em segurança, com todos com saúde não só fisiológica, mas psíquica. A Proex tem projetos que poderão auxiliar nesse cenário”.

Veja abaixo a entrevista completa.

Qual será o principal foco da Proex neste momento?

Assumimos a Pró-Reitoria em um momento de muito cuidado, pois atravessamos várias crises ao mesmo tempo, a destacar a crise sanitária. A Proex e a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) publicaram um edital específico relacionado à pandemia. Seguiremos fortalecendo os projetos que foram recém-aprovados, pois são muito interessantes em conteúdo e variedade: do clube de leitura, com obras relacionadas às pandemias, ao cuidado com profissionais da saúde. Existem várias lives também acontecendo, com muita interação com a nossa comunidade, com muita troca de saber, intensificando a divulgação do conhecimento. Iremos fortalecer essas ações na extensão. Muitas pessoas estão interessadas. Alguns desses programas atingem uma gama enorme de público, principalmente do interior do estado. Além disso, vamos realizar um diagnóstico da extensão universitária e um planejamento para os próximos quatro anos em consonância com as comunidades interna e externa.

Quais serão suas prioridades à frente da Pró-Reitoria?

Uma das prioridades será uma interação maior com a sociedade, fomentando o convite de atores externos para participar de nossas atividades e levando os nossos projetos para além da Universidade. É necessário, também, um olhar diferenciado na relação da Ufes com as escolas em muitos meios. Como exemplo, sempre quando recebemos estudantes dos ensinos fundamental e médio, eles aprendem com a gente e nós com eles. Por isso, vamos incentivar a organização e ajudar na estruturação desses espaços. Outra ideia é divulgar a importância da extensão dentro da própria universidade. Muitos professores ainda não a praticam, mas têm todo um potencial para implementação de novos projetos. É notável também a importância do tripé ensino, pesquisa e extensão. Vamos trabalhar em conjunto com a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), a PRPPG e outras pró-reitorias. A implementação da extensão nos cursos de graduação com base na Resolução CNE/CES nº 007/2018 é um grande desafio. Já foi realizada uma escuta aos colegiados da Ufes e pretendemos propor uma resolução para essa finalidade.

Que ações pensa em desenvolver, considerando um cenário pós-pandemia?

O cenário pós-pandemia ainda é muito incerto. A Proex precisa trabalhar em conjunto com todas as unidades da Universidade, com a câmara de extensão, com professores, técnicos e alunos, fazendo uma escuta e tomando decisões coletivas. A Ufes propôs um Plano de Contingência e um Plano de Biossegurança, que estão sendo discutidos. O primeiro já traz algumas importantes sugestões, como a de ter a extensão como maneira de diminuir desigualdades sociais. Isso é fundamental, principalmente no que tange ao acesso às tecnologias e à formação. O Plano de Biossegurança indica que o retorno será escalonado e várias medidas de segurança já amplamente difundidas deverão ser estabelecidas.

Avaliação

Na avaliação da professora Tânia Delboni, o ano de 2019 foi significativo para a gestão das atividades extensionistas desenvolvidas pela Ufes. Dentre as ações realizadas, ela destaca a implementação do novo Sistema de Gestão, que foi desenvolvido em parceria com a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) e tem como objetivo auxiliar a gestão, o registro, a avaliação e a publicização dos programas de extensão.

Ainda em 2019, como resultado do projeto de extensão Do Projeto Bandeiras à Proex – História e Memória da Extensão na Ufes (1969 – 2018), aconteceu o lançamento do livro 65 Anos de Extensão Universitária na Ufes: uma trajetória de desafios e conquistas, obra publicada em comemoração ao aniversário de 65 anos da Universidade.

Outra atividade desenvolvida foi a realização de seminários nos quatro campi da Ufes, durante os quais foram discutidos temas relacionados às diretrizes para as Políticas de Extensão da Educação Superior Brasileira, resolução homologada em dezembro de 2018. “Elaboramos uma minuta de normativa, que foi compartilhada com todos os centros desta Universidade, para efetivar mais diálogos com os departamentos de ensino, que podiam sugerir alterações”, lembra Tânia Delboni.

“Desde o início, afirmamos e assumimos o compromisso ético-político desta Universidade com a transformação da sociedade em direção à justiça social, à solidariedade e à democracia, dando continuidade à gestão anterior, da professora Angélica Espinosa Miranda”, conclui a ex-pró-reitora.

Doutora e mestre em Educação pela Ufes, Tânia Delboni retoma suas atividades como professora na graduação e na pós-graduação e como pesquisadora da Conventry University, instituição que mantém parceria com a Ufes no âmbito do Programa de Internacionalização do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Além disso, permanece com ações extensionistas, dessa vez atuando na formação de professores da educação básica.


Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho