Universidade Federal do Espírito Santo
Acontece no próximo sábado, 25, a 16ª edição do Festival Prato da Casa. O Festival é totalmente gratuito e é organizado por estudantes dos cursos de Comunicação que fazem parte da equipe do projeto de extensão Bandejão 104.7. Após a última edição ser realizada em formato virtual devido à pandemia, este ano o festival retoma as apresentações presenciais, que ocorrerão no estacionamento do Prédio de Mutimeios no Centro de Artes (CAr), no campus de Goiabeiras, das 15 às 22 horas.
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O objetivo do Festival é impulsionar a cena musical capixaba, proporcionando não apenas um espaço para os artistas se apresentarem e divulgarem suas criações musicais, mas também fomentando a profissionalização da música independente no Espírito Santo. Além de ser um evento musical, o Festival Prato da Casa também se configura como uma competição aberta à participação de artistas de toda a cena musical estadual.
Na primeira fase da competição, cerca de 70 artistas se inscreveram para participar da disputa e, após passarem pela avaliação de três jurados, 15 foram selecionados. Na segunda etapa, quem votou foi o público, que selecionou dez participantes para a apresentação no palco do Prato da Casa. Na fase final, o público e os jurados vão escolher cinco vencedores que poderão gravar um single autoral e inédito no estúdio de música da Ufes. As composições dos artistas premiados vão integrar um álbum do festival.
Segundo o estudante Renam Linhares, bolsista do projeto de extensão e responsável pela organização do evento, na primeira etapa da competição, mais de 58 mil votos foram distribuídos entre os artistas. “A gente não esperava que a adesão fosse tão grande. Teve artista que, sozinho, recebeu 10 mil votos”, comentou.
A ideia do Festival Prato da Casa nasceu de um quadro do programa Bandejão, que vai ao ar na Rádio Universitária FM de segunda a sexta-feira, das 13 às 14 horas. No ar desde 2004, o programa é produzido e apresentado por estudantes. O projeto de extensão Bandejão 104.7 é atualmente coordenado pelo professor do Departamento de Comunicação Social Pedro Marra.
Conheça os dez artistas selecionados:
Augus7o - começou sua trajetória na música pelas batalhas de rima e fez parte do processo de início das batalhas em São Mateus. Começou como MC, mas decidiu migrar para a música. Identifica seu trabalho como sendo uma mistura de trap e R&B. Segundo o artista, suas maiores inspirações são a mãe e a avó.
Bdon - tem 27 anos e sempre foi fascinado por música. Grande parte das influências do artista, que cresceu escutando vários estilos musicais diferentes, vem de vídeos flashback. Bdon trabalhou em teatro musical, o que impulsionou sua vontade de viver da música. Em 2018, ele iniciou alguns lançamentos autorais, culminando em seu último lançamento solo em 2022. Suas inspirações variam entre vozes do R&B, rap, rock e MPB.
Do Carmo - começou sua relação com a música desde cedo; aprendeu violão ainda criança, observando seu pai e seus irmãos tocarem. Decidiu viver de música há dois anos, ao perceber que era a única coisa que fazia com prazer. Teve muitas influências da MPB, como Geraldo Azevedo, Zé Geraldo, Chico Buarque, mas também foi bastante influenciada por artistas como Gabriel o Pensador, Marcelo D2 e Negra Li.
Inseton - banda brasileira de rock alternativo, formada em 2020, em Vitória. Fundada pelo músico e produtor Jefferson Leutério, a banda grava e produz suas músicas de forma independente em seu home studio. Com uma sonoridade que mescla estilos do experimental ao pop, a Inseton busca chegar em uma essência própria. Utilizando experimentação e sintetizadores, a banda transita entre o analógico e o digital.
Laika no Espaço - em 2018 surgiu a primeira formação da banda, na época ainda chamada apenas de Laika. Após um período de inatividade, em 2022 a banda se reestruturou com novos integrantes, adotando o nome Laika no Espaço, mas mantendo o interesse em fazer um som entre o indie e o emo noventista na sua roupagem mais atual.
Limbo 7 - banda de groove metal e heavy metal. Surgiu inspirada em outra banda de heavy metal brasileira, a mineira Sepultura. No entanto, outros gêneros musicais brasileiros, como funk e samba, também contribuíram como fonte de inspiração para a banda. Essas influências musicais foram usadas para compor as músicas do mais recente álbum, Lotus.
Marsu Frontini - artista de rock em atividade, fundador e vocalista do projeto/banda que leva seu próprio nome. Possui um trabalho autoral com uma sonoridade bem estabelecida no gênero, mas suas músicas possuem fusões rítmicas brasileiras com fortes influências do alternativo, do hard rock e heavy metal.
Nanda Menezes - se apaixonou pela música em 2005, quando ganhou um violão, e desde então não parou mais de tocar. Se formou em 2015 em violão clássico, ano em que começou a compor. Gravou um CD de covers, com faixas de Maria Gadú, Marisa Monte, Vander Lee, Skank, Renato Teixeira, Lulu Santos e Vanessa da Mata; o CD intitulado Aura está disponível em todas as plataformas.
Paula Maddi - começou na música aos cinco anos de idade, mas foi aos 15 que decidiu estudar música profissionalmente e ingressou na Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), no curso de formação musical em bateria e piano erudito. Busca expressar suas vivências como periférica através da mescla do rap com o jazz.
Xavier Lucas - tem 29 anos e toca publicamente desde 2016. Tem Djavan, Chico César, Tim Maia e Racionais MC's como base de sua formação musical. Participa atualmente como vocalista do Afrokizomba, bloco afro de Vitória. Em 2019 fez parte do time de locutores do Afrodiáspora, programa de extensão do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Ufes (Neab/Ufes).
Veja quem são os jurados do festival:
Hellen Pimentel - professora do Departamento de Teoria da Arte e Música na Ufes, Pimentel ministra aulas de canto, canto coral e regência, música popular, percepção musical e etnomusicologia. Também atua como cantora e pianista com um repertório voltado para a MPB. Já se apresentou em eventos como o Festival de Jazz e Blues de Manguinhos e o Festival de Inverno de Domingos Martins, além de participar da produção de espetáculos musicais, escrevendo arranjos exclusivos.
Luiza Dutra - cantora e compositora capixaba, começou a atuar profissionalmente em 2018. Participou de programas televisivos como o Programa do Raul Gil (2019) e The Voice Brasil (2021), sempre defendendo a MPB. Em 2020 se descobriu compositora, e em 2022 iniciou sua carreira autoral com o lançamento dos singles Coração Tatuado e Dentro de Mim. Seu mais novo single, Dúvida, dá continuidade à sua proposta de cantar sobre as múltiplas manifestações do amor.
Sagaz - militante e ativista da cultura hip-hop há 40 anos, também já marcou presença em edições anteriores do Festival. Sagaz foi um dos responsáveis pela Casa da Barão, espaço destinado a exposições de artistas e fomento do rap em Vitória, que recebeu apresentações do Prato da Casa em 2019. Além de ser b.boy, grafiteiro, rapper e DJ, Edson Sagaz é membro fundador do grupo Suspeitos na Mira e fará parte do disco on-line produzido pelo Bandejão.
Texto: Caroline Reis (bolsista de projeto de Comunicação)
Edição: Thereza Marinho
