Curva da COVID permanece ascendente no ES, afirmam pesquisadores

29/05/2020 - 15:38  •  Atualizado 01/06/2020 16:08
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Em nota técnica publicada nesta semana (veja no arquivo anexado abaixo), o Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), coordenado por pesquisadores da Ufes e do Instituto Jones dos Santos Neves, faz um alerta sobre os dados divulgados no Painel COVID-19 do Espírito Santo: por conta do tempo decorrente entre a coleta de material para testes e a emissão de resultados, há um atraso na inclusão de dados, criando uma falsa ideia de desaceleração da curva de contágio.

“Embora a quantidade de casos tenha crescido ligeiramente nos últimos dias, acreditamos que esse perfil de desaceleração é artificial. Neste momento, ainda não estamos com a velocidade da curva de contaminação em queda e isso deve perdurar mais um pouco porque a taxa de isolamento está se mantendo alta”, afirma o professor do Departamento de Matemática da Ufes Fabiano Petronetto, que integra o NIEE.

Ele lembra que, se observada a evolução da curva de contaminação, sempre há um aumento significativo de casos confirmados nos dias anteriores à data atual, podendo chegar até a dez dias, o que indicaria uma desaceleração, especialmente a partir do dia 15 de maio. “Isso significa que os dados do dia 15 em diante não estão consolidados, ainda deve haver mudança nesses dados devido a processamento de testes”, explica.

Projeções

De acordo com a Nota Técnica NIEE nº 03/2020, a projeção mais pessimista aponta que o Espírito Santo pode chegar a 26.564 casos no dia 6 de junho. O cenário mais otimista aponta para até 16.288 contaminados pelo novo coronavírus.

Em relação aos óbitos, o cenário com menor número aponta para até 666 mortes no dia 6 de junho. O pior cenário seria com até 1.086 mortes naquela data.

 

Texto: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho