Artistas e ativistas debatem sobre arte contemporânea e diversidade no Teatro Universitário

21/11/2023 - 11:06  •  Atualizado 22/11/2023 14:53
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O Teatro Universitário recebe artistas e lideranças de movimentos sociais para três mesas-redondas na 6ª edição dos Encontros com a Arte Contemporânea, que acontecem nesta quarta-feira, 22, a partir das 10 horas. Compõem os debates os ativistas Preto Zezé e Selma Dealdina; as artistas Castiel Vitorino Brasileiro e Uýra Sodoma; e as lideranças indígenas Beto Marubo e Célia Tupinambá. Os interessados em acompanhar as mesas devem se inscrever gratuitamente neste formulário.

Segundo o professor do Departamento de Filosofia da Ufes Fernando Pessoa, organizador do encontro, o evento propõe uma reflexão sobre a relação entre a arte e a cultura na sociedade brasileira contemporânea, a fim de compreender a sua diversidade, bem como descobrir as suas possíveis consonâncias. Neste ano, o tema que baliza as discussões é Tinha uma encruzilhada no meio do caminho.

“Com esse título, a edição deste ano deseja pensar a heterogeneidade da população do nosso país, do ponto de vista tanto social e econômico quanto de raça e de gênero, a fim de mostrar o encontro dessa encruzilhada e a identidade dessa heterogeneidade em nossas manifestações artísticas e culturais”, explica Pessoa. “'No meio do caminho tinha a encruzilhada' dos diversos sentidos que compõem as nossas diferenças, onde cada um se abre ao encontro dos outros, numa confraternização do plural. A encruzilhada é o lugar dos cruzamentos, o terreiro encantado no qual se gira a roda que transcende e reúne”.

Selecionados pela qualidade e pelo impacto de suas trajetórias, os convidados trazem bagagens diversas. Há experiências de luta nas favelas brasileiras (Preto Zezé), nas comunidades quilombolas (Selma Dealdina), em favor dos povos indígenas (Beto Marubo e Célia Tupinambá), além dos processos de pesquisas multidisciplinares (Castiel Brasileiro) e de obras de artes visuais (Uýra Sodoma), também atravessadas por vivências diversas.

Para o professor Fernando Pessoa, os debatedores representam a riqueza da diversidade da população brasileira e devem trazer reflexões que estimularão o debate entre os participantes. “Há uma encruzilhada no meio do caminho que precisa ser celebrada”, diz.

 

Texto: Leandro Reis
Edição: Thereza Marinho