Abertura de fórum sobre gestão cultural reúne autoridades públicas no Teatro Universitário

29/08/2023 - 19:16  •  Atualizado 30/08/2023 18:46
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Autoridades públicas e gestores culturais participaram da abertura do Fórum de Gestão Cultural das Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras (Forcult), na tarde desta terça-feira, 29, no Teatro Universitário. Ao longo dos quatro dias de evento, a Ufes receberá mesas-redondas e conferências com representantes de diversas universidades e outras entidades do poder público, além de reuniões de grupos de trabalho e lançamentos de livros.

Na ocasião, estiveram presentes o reitor da Ufes, Paulo Vargas; o secretário de Cultura da Universidade, Rogério Borges; o pró-reitor de Extensão da Ufes, Renato Neto; o secretário da Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha; o presidente nacional do Forcult, Fabio Cerqueira; a reitora do Instituto Federal de Goiás (IFG) e vice-presidente de Relações Institucionais do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Oneida Irigon; e o pró-reitor de Cultura da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), José Cristóvão Andrade.

Para o reitor da Ufes, a realização do Forcult é fundamental para fortalecer ambientes de discussão de cultura nas universidades, tendo em vista o destaque que o campo vem recebendo nas últimas décadas, que “transborda para diversas outras áreas”, como o desenvolvimento econômico da sociedade. Segundo Vargas, a cultura se coloca como um caminho alternativo à violência ideológica que cresceu no Brasil.

“A cultura pode combater o atraso, a visão de violência e o ostracismo que se espalhou em parte do nosso país. A cultura pode ser essa máquina de guerra tão necessária para combater toda a violência que se manifestou, sobretudo, no governo passado”, afirmou.

Em sua fala, o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, reafirmou o compromisso da gestão com a área cultural ao anunciar a constituição de uma comissão executiva para elaborar o Plano de Cultura da Ufes 2021-2030, assinada em portaria pelo reitor. “Tenho certeza de que iremos avançar bastante”, disse. Para Borges, não é preciso estar na universidade para gerar conhecimento e fazer cultura. No entanto, as universidades ocupam lugar estratégico num cenário que ele avaliou como “retomada do campo cultural no Brasil”.

“A cultura se manifesta por todos os poros da sociedade. Mas as universidades concentram em seus espaços um número expressivo de estudantes, que são novos agentes produtores e propagadores do nosso caldo cultural. A massa de jovens se encontra com o corpo docente da universidade, seus estudos e pesquisas, e provoca um movimento vigoroso de novos modos de operação e geração de cultura. Quase a totalidade do que se pode chamar de experimental em cultura nasce ou toma corpo nas universidades, do teatro à projeção mapeada, por exemplo”, disse Borges.

Para a reitora do IFG, Oneida Irigon, quando integradas no campo educacional, a cultura e a arte promovem o exercício de uma “educação emancipadora”. “Elas promovem uma expansão da nossa função social, deslocando esforços para a formação de uma escola viva, que prepara sujeitos para as criações do mundo do trabalho articuladas a demais dimensões da vida humana”, afirmou.

Momento ímpar

Responsável pela conferência de abertura do Forcult, o secretário da Cultura do Espírito Santo, Fabrício Noronha, relembrou sua trajetória como aluno da Ufes, destacando a importância da Universidade como “espaço de experimentação” e seu papel histórico para a cultura, como sede de festivais e outras movimentações artísticas. Atualmente, segundo ele, o Brasil vive um “momento ímpar” no fomento a políticas de cultura no país. Noronha destacou que, além da recriação do Ministério da Cultura (MinC), há disponibilidade de recursos para alavancar o setor.

“Foram aprovados três marcos legais importantes: as leis Aldir Blanc 1 e 2 e a Lei Paulo Gustavo. Elas inauguram um modelo federativo e nos provocam a sonhar e desenhar essas políticas de cultura. Só a Lei Aldir Blanc 2 disponibiliza R$ 3 bilhões por ano para a cultura. São R$ 3 bilhões irrigando todos os estados e municípios que assim quiserem. Que esse recurso estruture o setor de uma vez por todas”, disse.

Para o secretário, o desafio agora é promover o acesso da cultura e formar público em todos os municípios do país: “O desafio é descer essa estrutura e posicionar a institucionalidade da cultura junto a prefeitos e governadores, tirar o estigma de que a cultura é um setor de eventos que faz aquela festa de calendário, para, de fato, entendermos a importância que a cultura tem nas nossas vidas”.

Programação

O Forcult segue nesta quarta-feira, com reuniões de grupos de trabalho e mesa-redonda no teatro sobre financiamento da cultura em instituições públicas de ensino superior. Na quinta, 31, a partir das 17 horas, o Teatro Universitário recebe o projeto Circula Funarte: Políticas para as Artes em Diálogo, com o diretor-executivo da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Leonardo Lessa; do assessor especial da presidência, Francis Wilker; e da diretora de Música, Eulícia Esteves. O propósito do Circula Funarte é divulgar programas de fomento às artes, buscando alcançar o maior número de agentes artísticos do país, e retomar o amplo diálogo com a sociedade, agentes e instituições em torno da Política Nacional das Artes.

O Forcult termina na sexta-feira, 1º, com debate sobre cultura e extensão e assembleia para eleição da nova gestão da coordenação nacional e diretoria executiva do fórum, para o biênio 2023-2025. Para acompanhar as transmissões do evento, basta acessar o canal do Forcult no YouTube. A programação completa do evento está disponível neste link.


Texto e foto: Leandro Reis
Edição: Thereza Marinho