Ufes sedia lançamento no Estado do livro "As Ruas e a Democracia"

29/11/2013 - 14:50  •  Atualizado 02/12/2013 18:06
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Por Maíra Cabral (*)

Em 2013, milhares de jovens, adultos, crianças e idosos de diferentes regiões do Brasil saíram às ruas para se manifestar, demonstrando seu descontentamento frente aos mais diversos assuntos do campo político e econômico do país. Mas os impactos que esses protestos poderão gerar diante do rumo da nação ainda estão longe de ser compreendidos. É nesse contexto que surge o livro "As Ruas e a Democracia", com textos produzidos a partir de ensaios escritos por Marco Aurélio Nogueira, doutor em Ciências Políticas e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A publicação será lançada, no Espírito Santo, nesta segunda-feira, dia 2, no auditório do IC-II, às 19 horas. Haverá um debate com o autor.

O lançamento é resultado de uma parceria entre os Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e em Ciências Sociais da Ufes com o Observatório da Mídia: Direitos, Humanos, Políticas, Sistemas e Transparência, do curso de Comunicação Social da Ufes. No livro, Marco Aurélio fala sobre os acontecimentos que marcaram os dois últimos anos no Brasil, buscando refletir sobre a crise política potencializada pelos protestos ocorridos em junho de 2013.

Para o professor, as razões da efervescência das ruas encontram-se na própria estrutura das sociedades contemporâneas - caracterizadas pelo capitalismo globalizado-, na história nacional e na conjuntura política do país. A principal hipótese de seu livro é que os acontecimentos de 2013 foram o estopim, a face mais visível de uma antiga crise política que foi acentuando a falta de legitimidade dos governos. "Questionou-se o sistema vivo, aquele que se mostra na conduta dos políticos, dos partidos e dos governantes, a falta de ideias generosas com que dar um sentido de futuro à sociedade, a facilidade com que se permite o enriquecimento de certos atores e a disseminação de ilícitos de todo tipo. Não se recusou o sistema escrito, constitucionalizado, nem a democracia política como tal, mas o que funciona (ou não funciona) de fato", explica Marco Aurélio.

 O autor conclui que apesar de trazerem à tona uma série de demandas sociais reais, despertando a consciência política da população, as manifestações não forneceram soluções. "É impossível saber se continuarão mobilizadas, mas pode-se dizer que é improvável que cheguem muito longe, a ponto de impor mudanças substantivas. Mesmo assim, seu efeito positivo não pode ser desprezado. Depois de junho, a vida política não será mais a mesma, ainda que demore a mudar", afirma.

O lançamento é aberto à população. Não é necessário fazer inscrição prévia.

(*) Bolsista de projeto de Comunicação, supervisionada por Thereza Marinho