Professores e alunos da Ufes são contemplados no Programa Sinapse da Inovação

22/02/2018 - 11:51  •  Atualizado 02/03/2018 08:35
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Os projetos BDGeodesastres: Cidades Inteligentes & Resilientes, desenvolvido por Mônica Regina da Silva Passos, recém-formada pelo Departamento de Geografia da Ufes, e Química e Física no cotidiano: a ciência em suas mãos, pelo professor Honério Coutinho, do Departamento de Química, foram contemplados com o Programa Sinapse da Inovação, promovido pelo Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado do Espírito Santo (Fapes).

Os projetos concorreram com mais de 1.200 ideias inovadoras submetidas ao Programa. Os proponentes passaram por três fases que compreendem capacitações, workshops e ações relacionadas ao sucesso de uma startup, com especialistas de diversas áreas abordadas.

O BDGeodesastres é um aplicativo que fornece suporte no cadastro e gerenciamento, em tempo real, via smartphone, tablet ou computador, de informações úteis à gestão de redução de riscos de desastres. Com o apoio de mapas e dos alertas, o aplicativo viabiliza ações preventivas e atendimento de ocorrências de órgãos como a Defesa Civil.

 “O nosso projeto aborda a inclusão da sociedade como protagonista na produção de informação sobre eventos naturais extremos ou sobre fenômenos diversos, onde quer que eles aconteçam. Sabemos que o mapeamento é uma das peças-chave para melhorar a resiliência das cidades. Assim, hoje, somos ‘todos’ usuários de mapas em movimento, temos os mapas em nossas mãos. Nossa ideia tem por premissa salvar vidas e construir cidades mais inteligentes e resilientes com apoio da comunidade, da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, da Ufes, das prefeituras e dos gestores públicos”, explica Mônica.

O principal objetivo do projeto é disponibilizar um sistema de gestão e cadastro de ocorrências voltado à redução de risco de desastres e ao resgate de vitimas. “A ideia é coletar informações geográficas voluntárias com transmissão de dados geoespaciais em tempo real, a fim de lidar de forma colaborativa com os desafios sociais e para que os técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros possam visualizar instantaneamente as ocorrências de desastres através da utilização de geotecnologias”, afirmou Mônica.

A elaboração do projeto contou com a participação do professor do Departamento de Geografia André Luiz Nascentes Coelho, que orientou Mônica em dois projetos de Iniciação Científica, do professor Antônio Celso de Oliveira Goulart, coordenador do Laboratório de Gestão de Redução de Risco de Desastres (LabGR2D) e do Núcleo de Extensão e Pesquisas sobre Desastres (Cepedes), e de Luiz Antônio Silva, desenvolvedor de soluções.

“Foi por meio dos professores e do aprendizado estabelecido nesses últimos anos que chegamos a ideia do BDGeodesastres: Cidades Inteligentes e resilientes. Durante minha trajetória acadêmica no curso de Geografia pude participar de vários eventos científicos e projetos de iniciação científica da Ufes, onde aprendi várias formas de aplicar a linguagem geográfica em soluções para sociedade”, destaca Mônica.

Além de receber o aporte de R$ 50 mil em subvenção da Fapes para implementar novas funcionalidades ao projeto, Mônica já participou de outras etapas do Programa Sinapse da Inovação. “Aprendi diversos métodos e ações relacionadas ao sucesso de uma startup junto a especialistas e empreendedores de sucesso e por meio da realização dos primeiros cursos de capacitação e workshops. Nos próximos meses passaremos por um processo de pré-incubação e suporte”, conta.

Química e física

O projeto Química e Física no cotidiano: a ciência em suas mãos, coordenado pelo professor do Departamento de Química da Ufes Honério Coutinho, tem por objetivo desenvolver apoio didático e pedagógico - seja com a produção de kits, oficinas, palestras ou assessoria - para que o ensino de ciências, notadamente Química e Física, sejam mais interessantes e instigantes, fazendo o estudante se interessar pelo conteúdo ministrado e possibilitar ao professor o acesso a um repertório de instrumentos e práticas mais estimulantes.

Professor Honério explica que o projeto é baseado na ação acadêmica Show de Química. “Essa ação já possui 25 anos de atuação e para o qual mais de 140 apresentações do show de química foram realizadas em escolas, universidades e eventos no país (a maioria no estado do ES). A partir do apoio financeiro do CNPq em 2011, o projeto decolou, tendo gerado outras ações como oficinas em congressos e escolas, e a publicação do livro e do kit experimental Show de Química. Mais recentemente geramos entretenimento infantil e trabalhos de capacitação/treinamento para empresas”, conta o professor.

De acordo com Honério, a participação no Programa Sinapse da Inovação é mais um estímulo para desenvolver o projeto. “Além do apoio financeiro recebido pelo programa, que é significativo para o estágio em que se encontra nossa ação empreendedora, os participantes estão recebendo uma série de orientações e treinamentos fundamentais para o desenvolvimento do negócio. Vamos avançar com um projeto bem planejado e estruturado, graças à equipe Sinapse, que nos tem conduzido de forma exemplar. Sem este apoio a chance de sucesso da nossa empresa seria menor, devido a inexperiência administrativa e empreendedora da atual equipe técnica”, diz o professor.

Atualmente, a equipe está na fase de abertura de um novo CNPJ e da consolidação do cronograma de obrigações impostas pelo edital. Ao longo dos próximos meses ocorre o processo de incubação pela Sinapse com a realização de diversos cursos e o uso do recurso financeiro obtido em prol do crescimento da empresa.

“Após a formalização final da empresa, alunos da Ufes, principalmente dos departamentos de Química e Física, serão convidados para participar desta ação empreendedora. Serão diversas ações, como divulgação em redes sociais, participação em apresentações e oficinas, desenvolvimento de experimentos e práticas pedagógicas, prototipagem e construção de kits ou módulos científicos, participação em filmagem e edição de vídeos para a divulgação da ciência, contato com escolas e possíveis clientes, o que em muito contribuirá para a formação acadêmica e geração de uma capacidade empreendedora futura para estes alunos”, enfatiza Honério.


Texto: Letícia Nassar
Edição: Thereza Marinho