Ufes inicia 21 Dias de Ativismo pelos Direitos Humanos com hasteamento de bandeira

20/11/2018 - 09:31  •  Atualizado 01/11/2022 09:23
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O hasteamento da bandeira com o símbolo internacional dos Direitos Humanos, na manhã desta terça-feira, 20 de novembro, em frente ao Teatro Universitário, marcou o início do evento 21 Dias de Ativismo pelos Direitos Humanos. A iniciativa é uma mobilização pela defesa dos direitos humanos e em comemoração aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, completados em 2018.

Gestores, docentes, técnicos-administrativos e representantes da comunidade universitária participaram do hasteamento da bandeira. A vice-reitora Ethel Maciel, idealizadora do evento, lembrou que ele começa em uma data simbólica importante, o Dia da Consciência Negra: “Ainda precisamos de muita luta para combater o racismo”, ressaltou ela. O coordenador do Departamento de Cidadania e Direitos Humanos da Pró-Reitoria de Assustos Estudantis e Cidadania (Proaeci), Gustavo Forde também destacou: “No Espírito Santo, 57% da população se declara preto e pardo, é um número muito expressivo. Hastear a bandeira hoje foi uma feliz escolha”, afirmou.

O reitor Reinaldo Centoducatte falou sobre a importância de afirmar publicamente o engajamento da Universidade na luta pelos Direitos Humanos que, segundo ele, deve ser uma luta constante. Para o reitor, a Ufes tem uma tradição institucional de inclusão social: “Fomos uma das primeiras universidades a implantar integralmente o que determina a lei de reserva de vagas. A educação é o principal fator de mobilidade social. Se quisermos um país inclusivo, temos que oferecer à população, de uma forma universal, a possibilidade de ingresso em instituições como a nossa”, analisou o reitor. A deputada estadual Luzia Toledo (MDB) também participou do evento e parabenizou a Ufes pela iniciativa: “Toda vez que comemoramos os Direitos Humanos estamos comemorando a paz e a felicidade”, apontou.

Programação

O evento 21 Dias de Ativismo pelos Direitos Humanos continua nesta quinta-feira, 22 de novembro, com o seminário Respeita as Mina!, às 8h, no auditório  Manoel Vereza, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), campus de Goiabeiras. O objetivo é promover o diálogo sobre a violência de gênero contra mulheres lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. O seminário é uma ação do projeto Papo Reto: Respeita as Mina, desenvolvido pela Associação GOLD: Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade, em parceria com o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS 17ª região), o Fórum de Mulheres do Espírito Santo, os coletivos Elas e Santa Sapataria, e o Fundo de Investimento Social. Da Ufes participam o Núcleo de Estudos da Violência (Nevi), Centro Acadêmico Livre de Serviço Social, o Centro Acadêmico de Direito, e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci). Clique aqui e conheça a programação.

Já na semana de 26 a 30 de novembro ocorrerá no Cine Metrópolis, no campus de Goiabeiras, a 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, com a exibição de filmes que abordam as diversas temáticas dos Direitos Humanos, como memória e verdade, questões de gênero, população negra, população indígena, população LGBT, imigrantes, direito das pessoas com deficiência, direito da criança, direito dos idosos, direito da mulher, direito à saúde, direito à educação, diversidade religiosa e meio ambiente. Para permitir a acessibilidade, todas as sessões contam com closed caption, e em sessões selecionadas haverá audiodescrição e Libras.

A mostra será realizada nos meses de novembro e dezembro nas 26 capitais do país e no Distrito Federal, com entrada gratuita. Acompanhe a programação em https://www.facebook.com/mostracinemadireitoshumanos/ .

Além da exibição de filmes, em Vitória a Mostra promoverá dois debates: dia 26, no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes Vitória), às 14 horas, sobre “Memória e Verdade e Comunidade LGBT”, com Perly Cipriano, Toninho Lopes, Arlindo Villaschi e mediação de Eliana Kuster; e dia 28, no Cine Metrópolis, sobre “O futuro dos Direitos Humanos e Juventude Negra”, com Lula Rocha, Heloisa Ivone, mediação de Cinthya Paiva.

A partir do dia 3 de dezembro, terá início uma série de debates sobre temas como Violência contra a Mulher; Direitos Humanos e Segurança Pública; Assédio sexual e moral; Mulheres na política e a política para mulheres; entre outros. Encerrando a programação, no dia 11 de dezembro o professor catedrático da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos vai ministrar a palestra As Epistemologias do Sul e a Defesa da Universidade, às 18h30, no Teatro Universitário. O evento é gratuito e a entrada será por ordem de chegada, limitada a capacidade do Teatro.

70 anos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que delineia os direitos humanos básicos, foi adotada pela Organização das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. A elaboração do documento, liderada por dirigentes das nações que emergiram como potências no período pós-guerra, foi motivada pelo reflexo da barbárie da Segunda Guerra Mundial, e teve o objetivo de estabelecer diretrizes para a construção de um mundo sob novos alicerces ideológicos. 

 “Ao final da Segunda Guerra Mundial, a humanidade inteira resolveu promover a dignidade humana em todos os lugares e para sempre. Nesse espírito, as Nações Unidas adotaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos como um padrão comum de conquistas para todos os povos e todas as nações. Hoje, a Declaração Universal chega aos seus 70 anos de existência em um tempo de desafio crescente. O ódio, a discriminação e a violência permanecem vivos”, afirma a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay.

Texto: Ana Paula Vieira e Thereza Marinho, com informações das Nações Unidas no Brasil (ONU-BR).

Foto: Jorge Lellis