Ufes critica censura promovida ao livro Omo-Oba: Histórias de Princesas

20/03/2018 - 15:08  •  Atualizado 11/04/2018 12:35
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A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) lamenta e manifesta a sua crítica veemente à censura promovida pela Escola Sesi de Volta Redonda, Rio de Janeiro, ao livro “Omo-Oba: Histórias de Princesas” (Mazza Edições, 2009), de autoria da professora do Departamento de Teorias de Ensino e Práticas Educacionais do Centro de Educação, Kiusam Regina de Oliveira. A obra, que conta histórias de princesas africanas, inicialmente incluída no currículo da escola, foi posteriormente vetada, supostamente em resposta à reação de alguns pais de alunos e grupos vinculados a igrejas pentecostais. A escola reconheceu o que considerou um erro e readmitiu o livro no currículo escolar.

O veto ao livro ganhou repercussão diante da reação de alguns pais, considerando que a censura à adoção do livro constitui desrespeito e não reconhecimento à importância da cultura africana para a formação cidadã do povo brasileiro. Vale ressaltar que a inclusão da obra no currículo cumpre determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e suas complementações, que torna obrigatório o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena. Ademais, numa democracia, as instituições de ensino devem estar comprometidas com a diversidade cultural e respeitar as diferenças presentes na sociedade.

A direção da escola em questão reconheceu que promoveu uma ação, posteriormente avaliada como precipitada, quando recorreu à censura e recomendou obra alternativa à da escritora e pesquisadora Kiusam de Oliveira.

A Ufes repudia toda forma de intolerância, seja religiosa, racial e de gênero, e considera que deve existir respeito às diferentes culturas que compõem a formação social no Brasil. Esse deve ser o papel, notadamente, das instituições de ensino em diferentes níveis.

 

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