Reitor da Ufes fala sobre situação financeira da Universidade na Câmara de Vitória

06/06/2019 - 16:30  •  Atualizado 01/11/2022 09:23
Compartilhe

O reitor Reinaldo Centoducatte participou nesta quinta-feira, 6, da reunião ordinária da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Vitória, que abordou o tema Os impactos do contingenciamento das verbas federais na educação em Vitória.

A mesa de debates foi composta pelos vereadores Roberto Martins e Neuzinha de Oliveira, pelo reitor da Ufes, pelo pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Luciano Toledo, e pela estudante de Direito da Ufes Isabela Mamedi.

Durante sua explanação, o reitor Reinaldo Centoducatte apresentou a estrutura e os dados gerais sobre a Universidade, citou alguns dos principais serviços prestados à população e demonstrou o impacto dos cortes no orçamento. Ele também lembrou que a Ufes já estava em um cenário de contingenciamento de 60% no custeio e 90% no capital quando o Ministério da Educação determinou o corte de 30%.

Segundo ele, os cortes atingem indiretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pela Universidade. “Para 2019, temos somente R$ 17 milhões, o que não será suficiente para fechar o ano. Se houver o corte, teremos um déficit de R$ 30 milhões”, alertou.

Ele falou ainda sobre a proposta de cobrança de mensalidade nas instituições. “Atualmente, as universidades federais têm mais de 70% dos seus estudantes com renda familiar per capta inferior a 1,5 salário mínimo. Então, cobrar mensalidade como forma de angariar recursos para sustentar a universidade está totalmente fora de qualquer tipo de possibilidade”.

A estudante Isabela Mamedi defendeu a união das escolas e da sociedade com o propósito de defender as instituições públicas federais de ensino. “A estratégia é disputar o orçamento de maneira muito séria. A Ufes e o Ifes são nosso patrimônio, não podemos ser reativos. Quando a gente se organiza e defende que educação não pode ser tratada como mercadoria, essa discussão tem que ser feita em todo local. Com a universidade não se negocia”, declarou.

Durante a reunião, o reitor da Ufes afirmou que está sendo articulada uma frente nacional em defesa da democracia, com representações internas na universidade. “Iniciamos no parlamento brasileiro uma Frente de Apoio pela Valorização das Universidades e articulações em defesa da educação com a adesão de mais de 300 parlamentares”.

Além dos vereadores Roberto Martins e Neuzinha de Oliveira, participou da reunião o vereador Leonil Dias.

 

Texto: Thereza Marinho, com informações da Câmara de Vitória
Foto: Norma Laurentino