Dentro de aproximadamente 30 dias, os campi da Ufes já contarão com o reforço de policiamento ostensivo da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES). O convênio entre as duas instituições foi assinado na manhã desta quinta-feira, 5, pelo reitor Reinaldo Centoducatte; o governador Paulo Hartung; o secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Nylton Rodrigues; e o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Ramalho. A vice-reitora, Ethel Maciel, também participou do ato.
Reitor Reinaldo Centoducatte dirige carta à Comunidade Acadêmica da Ufes
Na solenidade de assinatura, realizada no Comando Geral da PM, em Maruípe, o reitor destacou a importância da parceria: “Nossos campi estão inseridos nas cidades, fazemos parte delas. Não temos condições de resolver sozinhos esse problema de segurança e não podemos ser omissos, não vamos esperar acontecer uma tragédia para buscar parcerias. Entendemos que esse convênio vai trazer maior segurança para a Universidade e também vai contribuir com a segurança nas cidades onde estamos inseridos”.
O reitor destacou ainda que o convênio pode ser uma oportunidade para que seja construída uma nova relação entre a Universidade e a PM.
“Queremos que esse processo seja um processo de integração e que contribua para quebrar um preconceito que ainda existe. Esse convênio vai ajudar na construção de uma nova relação entre a Polícia Militar e nossa comunidade acadêmica”, afirmou.
O governador Paulo Hartung reafirmou a importância da cooperação mútua: “Tivemos que percorrer todo um caminho burocrático para que pudéssemos estar aqui hoje. Mas esse convênio é importante para a Universidade e, sendo importante para a Universidade, é importante para o Estado e é importante para o Brasil”.
Atuação
Diante da manifestação de alguns setores da Ufes, preocupados com a forma de atuação dos policiais militares nos campi, o reitor destacou que a Universidade vai participar do processo de seleção dos policiais e também vai ofertar cursos de formação sobre temas como direitos humanos, racismo, questões de gênero e outros, que serão definidos em conjunto com a Polícia Militar.
“Não vamos trabalhar com pré-conceitos. Não podemos deixar que a Universidade fique sem a segurança necessária para que as atividades de ensino, pesquisa e extensão sejam realizadas da melhor forma possível”, afirmou.
O secretário de Segurança afirmou que o posicionamento da PM é atuar para a proteção dos membros da comunidade acadêmica. “Esse ato aqui é uma evolução. Estamos indo para a Ufes para proteger a comunidade acadêmica: alunos, professores e servidores. Estamos atuando como parceiros. A Polícia Militar é uma polícia de proximidade com o cidadão e vamos manter esse caminho”, disse.
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Ramalho, destacou que a seleção dos policiais militares vai considerar critérios físicos, psicológicos e de atuação profissional.
“Também somos fruto da Universidade, muitos de nós estudaram ou ainda estudam lá. A partir de agora estreitamos definitivamente os laços com a Reitoria e podem ter certeza que a PM fará o melhor pela instituição, com a supervisão integrada da Ufes”, afirmou.
Economia
O reitor Reinaldo Centoducatte afirmou que o convênio com a PM também vai possibilitar uma economia para a Universidade de cerca de R$ 3 milhões anuais, se comparado ao contrato de vigilância terceirizada. No entanto, ele destacou que, apesar de importante, este fator não é o principal.
“Tem uma economia, vamos aumentar o contingente de segurança e diminuir custos. Mas o mais importante não é a questão financeira. O mais importante é que o projeto seja cumprido com o resultado que nós queremos, que é aumentar a segurança na Universidade. Esse convênio muda nossa lógica de segurança, priorizando não apenas a segurança do patrimônio, mas principalmente a segurança das pessoas”, pontuou.
Texto: Thereza Marinho
Foto: Jorge Medina