Peças do Museu de Ciências da Vida integram exposição sobre Leonardo Da Vinci

04/11/2019 - 17:58  •  Atualizado 06/11/2019 15:28
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A exposição A Alma do Mundo - Leonardo 500 anos, aberta no espaço cultural da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, conta com oito peças do Museu de Ciências da Vida (MCV), um projeto de extensão da Ufes. O convite veio do curador da mostra e presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Lucchesi, que reuniu “o que há de melhor em Da Vinci, com ares contemporâneos”, como afirma a Biblioteca Nacional no texto de divulgação da mostra. Clique aqui para ler na íntegra.

“Além de matemático, artista, inventor, Da Vinci foi um exímio dissecador de cadáveres, um anatomista. Buscava, nesse trabalho, um nível de detalhamento técnico que usava nos seus desenhos. Sua obra trouxe luz para a informação científica sobre o corpo humano”, afirma o coordenador do Museu de Ciências da Vida, Athelson Bittencourt, revelando a relação entre a arte e a ciência na obra de Leonardo Da Vinci.

Das peças do MCV que foram para a exposição, são de origem humana dois crânios, um cérebro, uma perna e um feto de quatro meses, além de um esqueleto, cuja estrutura é feita de resina, mas os músculos são naturais. Há também um pica-pau e um cachorro-do-mato, vítimas de atropelamento na Reserva de Sooretama, na BR 101, em Linhares.

Plastinação

O coordenador explica que todas as peças passaram pelo processo de plastinação, no qual a Ufes tornou-se referência a partir de 2012, quando ele trouxe a tecnologia dos Estados Unidos para o Espírito Santo. Criado pelo alemão Gunther von Hagens, o método consiste na substituição da água dos tecidos naturais por um plástico, o que garante a preservação permanente do material sem utilizar produtos tóxicos ou inflamáveis, como formol e álcool. No caso das peças em exposição, foi usado silicone.  

A proposta para o Museu de Ciências da Vida participar da exposição que homenageia os 500 anos de Leonardo Da Vinci é resultado da repercussão positiva da adoção da técnica de plastinação na Ufes e a expansão da aplicação da tecnologia a partir dos treinamentos organizados por Athelson Bittencourt em todo o Brasil. “Hoje mais de dez laboratórios de plastinação existem em todo o Brasil. O presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) esteve no Museu aqui na Ufes. Foi ele quem sugeriu para o curador da mostra a nossa participação”, afirma o coordenador.

Raridades

A exposição reúne outros itens imperdíveis que remetem à obra do grande artista que foi Leonardo Da Vinci. Entre esses, estão um vídeo da tela de Monalisa apresentado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e outros dois vídeos de explosões fractais produzido pelo Instituto Fractarte, de São Paulo. Também estão lá obras de artistas contemporâneos, reprodução em bronze da obra inacabada Gran Cavallo, além de gravuras, desenhos e livros trazidos por D. João de Portugal em 1808, com a Biblioteca Real, que compõem o acervo da Biblioteca Nacional.

Serviço

A exposição A Alma do Mundo - Leonardo 500 anos foi aberta no dia 24 de outubro e ficará no Espaço Cultural Eliseu Visconti - Biblioteca Nacional - até 28 de fevereiro de 2020, com entrada gratuita, até meia hora antes do encerramento das atividades diárias. Os horários de visitação são os seguintes: segunda-feira, das 12 às 17 horas; terça a sexta-feira, das 10 às 17 horas; e sábado, das 10h30 às 14h30. A Biblioteca Nacional fica na Rua México, s/nº, no Centro do Rio de Janeiro, próxima à estação de metrô Cinelândia.


Texto: Sueli de Freitas
Foto: Athelson Bittencourt
Edição: Thereza Marinho