Líderes mundiais traçam metas e ações urgentes para acabar com a tuberculose

26/09/2018 - 18:49  •  Atualizado 27/09/2018 18:14
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Líderes mundiais reunidos nesta quarta-feira, 26, na Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) se comprometeram a garantir que 40 milhões de pessoas com tuberculose (TB) recebam os cuidados de que necessitam até o final de 2022. Eles também concordaram em fornecer a 30 milhões de pessoas tratamento preventivo para protegê-las da doença. 

"Hoje é um marco na longa guerra contra a tuberculose", disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus,. “Essas são promessas ousadas, mantê-las em parceria é vital. A OMS está comprometida em trabalhar com todos os países, todos os parceiros e todas as comunidades para realizar o trabalho ”.

Em uma reunião preparatória, foi aprovada uma Declaração Política sobre a Luta contra a Tuberculose. Nesta quarta, chefes de Estado e de governo que participaram da primeira reunião de Alto Nível da ONU sobre Tuberculose concordaram em mobilizar US$ 13 bilhões por ano até 2022 para implementar a prevenção e atenção à tuberculose e US$ 2 bilhões para pesquisa. Também se comprometeram a tomar medidas firmes contra as formas da doença resistentes aos medicamentos, e priorizar questões relacionadas aos direitos humanos, como o estigma que ainda prevalece em torno da TB em muitas partes do mundo. 

Risco

Os líderes reconheceram que a atual taxa de progresso estava colocando em risco as perspectivas de atingir metas globais para acabar com a doença. Atualmente, a tuberculose é a doença infecciosa mais letal do mundo: ela matou 1,6 milhão de pessoas em 2017, incluindo 300 mil pessoas com HIV. No mesmo ano, 10 milhões de pessoas adoeceram com tuberculose. 

“A declaração política proposta para esta reunião define um roteiro para uma ação acelerada para acabar com a tuberculose, de acordo com a visão e as metas para 2030”, disse a presidente da 73ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, Maria Fernanda Espinosa Garcés. 

“Temos diante de nós a oportunidade de uma vitória clara - uma chance de salvar a vida de milhões, de preservar bilhões em recursos, de demonstrar o sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e de reafirmar a utilidade, a eficácia e a necessidade do multilateralismo e Sistema das Nações Unidas. Não vamos perder esta oportunidade”, afirmou.

Lacunas

A declaração política é ponto alto de uma mobilização mundial para acabar com a TB. A professora e pesquisadora do Departamento de Enfermagem da Ufes, Ethel Maciel, membro da delegação brasileira que participou da reunião, destacou que a tuberculose não respeita fronteiras geográficas ou sociais e que, para que o fim da TB seja uma realidade, os países devem trabalhar de forma colaborativa.

“Temos que preencher as lacunas do conhecimento ainda presentes em varias áreas da TB, como a transmissão, infecção, progressão da doença e intervenções nos sistemas de saúde. Alcançar a meta da OMS traçadas nesta reunião só será possível com comprometimento político e investimento expressivo e efetivo em pesquisa e inovação, além de um firme combate à pobreza, já que a doença atinge desproporcionalmente os mais pobres e vulneráveis”, pontuou.

 


Texto: Thereza Marinho, com informações e foto da OMS