Hucam celebra Dia da Visibilidade Trans nesta terça, 29

28/01/2019 - 11:11  •  Atualizado 30/01/2019 07:15
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Nesta terça-feira, 29, o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam/Ufes) fará uma exposição de fotos e dados na recepção 2 do Hospital, em homenagem ao Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais. O Hucam é um dos cinco hospitais do Brasil a disporem de um Ambulatório Multidisciplinar de Diversidade de Gênero (ADG), habilitado oficialmente em fevereiro de 2018, e que realiza o acolhimento, acompanhamento clínico, acompanhamento pré e pós-operatório e hormonioterapia, destinados a promover atenção especializada no Processo Transexualizador. 

O principal objetivo do ADG do Hucam é ampliar o acesso de travestis e transexuais aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), com garantia ao respeito e à prestação de serviços de saúde com qualidade e resolução de suas demandas e necessidades, através da promoção de iniciativas voltadas à redução de riscos e redução de danos à saúde dessa população.

A multidisciplinar do Ambulatório é composta por Assistente Social, Endocrinologista, Enfermeira, Fisioterapeuta, Fonoaudióloga, Ginecologista, Infectologista, Urologista, Psicóloga e Psiquiatra, que já acolheram cerca de 200 pacientes desde a inauguração.

"Realizamos uma reunião quinzenal com a equipe do ambulatório para discussão multiprofissional de casos que demandam mais atenção e acompanhamento, e também fazemos reuniões de atualização técnica e teórica com a temática, para nos qualificarmos na prestação de serviço à população trans", afirmou a médica chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Mulher, Neide Aparecida Tosato Boldrini.

O atendimento

O Ambulatório de Diversidade realiza o acolhimento dos pacientes e oferta consultas com assistente social, psicólogo, endocrinologista, urologista, ginecologista e outras especialidades que se fizerem necessárias. Além disso, é feito um contato com a Rede de Atenção à Saúde e social para atendimento das demandas apresentadas pela população trans e atendimento às famílias, por demanda espontânea.

O trabalho da equipe multidisciplinar busca estabelecer uma relação de confiança entre profissional de saúde e usuários travestis e transexuais, realizando as práticas de cuidado a partir do reconhecimento do direito à diversidade e identidade de gênero. Esse trabalho visa evitar preconceitos que agravem a saúde e reduzir os problemas relacionados à saúde mental, atuando na prevenção, promoção e recuperação da saúde.

"Hoje foi minha primeira consulta aqui (no ADG) e eu não vejo a hora de começar o tratamento, minha autoestima vai melhorar. Estou com uma expectativa boa e feliz", declarou Amy Song, estudante de dublagem de 22 anos. Amy explicou que esteve em tratamento anterior por duas vezes com psicólogos particulares e, nos dois casos, foi aconselhada pelos profissionais “a não ser transexual”.

A mãe de Amy, Alcidéa Cavalcante, falou sobre a importância do apoio familiar para os transexuais: "Eles precisam muito de apoio da gente. Hoje em dia tem muita maldade, muito preconceito na rua. A família tem que procurar ajuda profissional para entender. Eu não quero ver minha filha triste, trancada em um quarto, escondida. Quero vê-la livre e feliz". Alcidéa ressaltou ainda: "Nessa transição da minha filha, a maior mudança foi o amor, que hoje é cada vez maior".

 

Texto: Assessoria de Comunicação do Hucam

Edição: Ana Paula Vieira