Universidade Federal do Espírito Santo
Um estudo realizado pelo Laboratório de Saneamento do Departamento de Engenharia Ambiental da Ufes relaciona a ocorrência de casos de gastroenterite aguda em crianças às condições ambientais de áreas de periferia em Vitória. A pesquisa foi publicada pelo Journal Medical Virology, periódico médico mensal londrino, revisado por pares, que cobre pesquisas aplicadas sobre vírus que afetam seres humanos.
Intitulado Alta prevalência de vírus entéricos associados à gastroenterite aguda em pacientes pediátricos em área de baixa renda em Vitória, o estudo contou com a participação de pesquisadores do Laboratório de Virologia Comparada e Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz e do Laboratório de Epidemiologia da Ufes. Ele trata dos vírus disseminados por meio da água e de alimentos contaminados por esgoto causando doenças gastrointestinais, principalmente na população de baixa renda que reside em periferias e locais que não contam com saneamento básico.
A coordenadora do estudo, professora Regina Keller, que também apresentou o trabalho na 3ª Conferência Regional de Poluição Difusa da IWA (International Water Association/Associação Internacional da Água) - Contaminação Microbiana e Saúde, realizada em novembro de 2018 na Tailândia, destaca que a gastroenterite aguda é uma causa significativa de mortalidade infantil em todo o mundo. “No Brasil, apesar da redução da mortalidade infantil alcançada nos últimos anos, muitas crianças ainda morrem por causa da doença. Estudos que apontem diagnósticos para melhoria das politicas públicas são muito relevantes”, afirma.
A pesquisa investigou a prevalência, carga viral e genótipos circulantes de rotavírus A (RVA), adenovírus humano (HAdV) e norovírus GII (NoV GII) em crianças com gastroenterite aguda durante 12 meses, em Vitória. A prevalência geral foi de 93,3%. Em 21,6% dos casos, todos os três vírus foram detectados.
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Texto: Thereza Marinho
Edição: Ana Paula Vieira