Especial: Galeria Espaço Universitário projeta e populariza a arte

12/07/2013 - 19:31  •  Atualizado 17/07/2013 18:11
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Por Luiz Vital

Fundada há 35 anos, a Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu) é um dos mais importantes equipamentos culturais da Ufes e do Espírito Santo, e se consolida como um ambiente de projeção da produção artística local e de outros estados e países, além de preservar o acervo de artes plásticas da Universidade e promover a popularização da arte com visitas monitoradas. Vinculada à Superintendência de Cultura e Comunicação (Supecc), a Gaeu contribui significativamente para o movimento contemporâneo das artes, com uma média anual de 10 mil visitantes.

Para cumprir os seus objetivos a Gaeu atua em três áreas: exposições rotativas e permanentes na galeria, com produções de diferentes linguagens; preservação, valorização, guarda e manutenção do acervo artístico da Ufes; e ações educativas, cuja atividade – pioneira – é desenvolvida por meio de visitas guiadas e voltadas principalmente à formação de público apreciador de arte com a interação visitante/obra/artista.

 

A Galeria Espaço Universitário busca promover e motivar a produção artística do Estado, além de aperfeiçoar a formação cultural regional, mantendo uma agenda aberta a todas as formas de expressão e técnica. O objetivo do espaço é educar, formar, mostrar e dialogar com a comunidade. Assim, a galeria busca a aproximação do artista com o público, permitindo que os admiradores ganhem conhecimento a partir do contato com as múltiplas manifestações dos movimentos artísticos. Nos últimos 10 anos, a Gaeu promoveu cerca de 60 mostras.

A galeria apresenta exposições de artistas convidados, a partir da relação deles com a produção de arte contemporânea no Brasil e no exterior. Em cada exposição os artistas fazem a doação de uma obra de arte para o acervo da universidade.

Compromisso

Para a coordenadora da Gaeu, Neusa Mendes, a Ufes é uma referência expositiva de obras de arte e, também, por ser uma instituição de ensino e pesquisa, mantém o compromisso de formar pessoas a partir do contato direto com a criação artística. “O compromisso da Ufes não é só exibir arte”, afirma.

Doutora em Cultura e Ambientes Midiáticos pela PUC-SP, Neusa é uma obstinada pela arte e se encanta com os resultados que a Gaeu alcança. Se sensibiliza, por exemplo, com a visita recente de um grupo de 30 mulheres da terceira idade à galeria para ver a mostra “Václav Havel e seu País”, que apresenta a vida do dramaturgo, poeta, escritor e ex-presidente da atual República Tcheca. “Essa presença diversificada do público é muito gratificante”, reconhece.

Museu

Neusa cuida com carinho e profissionalismo de um acervo com cerca de 2,5 mil obras de arte que pertence à Ufes. Trata-se de um catálogo constituído ao longo de pouco mais de três décadas, preservado com a perspectiva do museu da universidade, cujo projeto é desenvolvido pela superintendente de Cultura e Comunicação, Ruth Reis. “Temos uma reserva técnica preventiva de obras que deverão voltar ao acesso da comunidade, além de importante fonte de pesquisa”, observa. Este inventário do acervo artístico da Ufes ainda está em curso, com uma classificação que segue os padrões internacionais de museus e que está sendo identificado, separado por linguagem e mantido com elevado rigor técnico.

“A Ufes está superpreparada para atuar com o museu, a partir de um qualificado acervo de grandes obras que evidenciam a trajetória da arte contemporânea nas últimas décadas, com produções artísticas locais, nacionais e internacionais”, assegura. “Temos coleções inteiras de grandes artistas, e isto é um patrimônio fantástico que uma instituição como a Ufes, com muito esforço, preserva”. Neusa é definitiva: “O museu é casa de memória, de valores, de história, é um espaço de representação que cabe ao Estado promover”, declara. Ela ressalta que cerca de 15% das obras catalogadas são oriundas da Galeria de Arte e Pesquisa (GAP), vinculada ao Centro de Artes da Ufes. “A GAP tem um papel fundamental na proposta da Ufes de fomento à arte”, acentua.

Formação

As ações educativas, por sua vez, representam uma outra ponta que motiva a coordenadora Neusa Mendes. “As escolas são o nosso foco maior, a partir de um projeto montado no início da década de 1980 e que viabiliza a presença de jovens estudantes que se encontram na galeria para lidar com arte e aprender com ela”, diz.

Neusa explica que a Gaeu também forma recursos humanos capacitados para atuar nas diferentes áreas da produção e difusão de arte. “Temos, permanentemente, estudantes de vários cursos de graduação da Ufes que atuam como monitores na galeria. Eles são treinados por profissionais e, posteriormente, muitos passam a se dedicar integralmente às artes. A galeria possibilita o olhar sobre a arte, o contato com ela, mas também abre espaços importantes para a pesquisa e a formação com prática profissional. Já formamos muita gente”, comemora.

A Gaeu mantém um calendário permanente voltado para a arte contemporânea e, mais recentemente, experimenta a sua associação com outras linguagens, o que permite, por exemplo, interagir a pintura com o audiovisual. “Temos uma nova relação com o cinema, o que é algo muito novo e muito interessante também”, comenta. Neusa observa que em 2001 a Gaeu foi estudo de caso em tese de doutorado da USP, na área de Ciência da Informação e Documentação, com o título “Museus e coleções universitárias”, defendida por Adriana Mortara Almeida. “Isto mostra que a galeria já é uma referência com dimensão nacional”, arremata Neusa Mendes.