Comissão vai propor ações para prevenção de assédio sexual e violência de gênero

14/06/2018 - 19:00  •  Atualizado 20/06/2018 10:21
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A vice-reitora Ethel Maciel (na foto, ao centro) instalou, nesta quinta-feira, 14, a primeira comissão da Ufes que irá elaborar políticas de prevenção de assédio sexual e violência de gênero na Universidade. O objetivo da Comissão é propor ações concretas sobre essa questão à Administração Central.

“Sabemos que serão propostas a serem desenvolvidas em médio e longo prazo, pois trata-se de mudanças culturais e comportamentais. Em uma sociedade patriarcal, todas as instituições passam por problemas de assédio moral e sexual contra a mulher, por isso a Ufes está sendo proativa em propor essas políticas”, diz a vice-reitora.

A comissão é formada por três docentes que estão envolvidas em pesquisas sobre essa temática: professora Rosemeire dos Santos Brito, do Departamento de Educação, Política e Sociedade do Centro de Educação (na foto, à esquerda); professora Thana Mara de Souza, do Departamento de Filosofia do Centro de Ciências Humanas e Naturais (na foto, à direita); e professora Catarina Cecin Gazele, do Departamento de Direito (CCJE) e procuradora de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo.

“A professora Catarina trabalhou no Ministério Público na coordenação de ações de proteção às mulheres. Portanto, ela tem muita experiência na aplicação da lei de prevenção e combate à violência contra a mulher”, explica Ethel Maciel.

Escuta

Para a professora Thana, “a violência de gênero e assédio sexual estão presentes em toda a sociedade, inclusive dentro das universidades, que não são espaços separados da sociedade. Assim, é fundamental que a Instituição não ignore esses problemas, mas que seja também um lugar para escutá-los. Um espaço dos pensamentos teóricos sobre relações de gênero e também do pensar práticas que possam modificar esse problema, que se tornou estrutural. Esperamos que essas práticas também tenham reflexo na sociedade”.

Na opinião da professora Rosemeire, a importância da instalação dessa comissão na Ufes está relacionada ao compromisso e à necessidade que a Universidade tem, nesse momento, junto com outras universidades, de desenvolver políticas que permitam pensar as diferentes formas de violência de gênero nessas instituições.

“Não pensamos somente em ações direcionadas ao que podemos chamar de combate à violência de gênero mas, sobretudo, criar políticas que possam permitir o desenvolvimento de processos formativos para a comunidade acadêmica em geral. Para a elaboração dessas ações, estamos considerando os próprios avanços na nossa sociedade, impulsionados pela mobilização dos movimentos feministas contemporâneos, em relação ao enfrentamento de várias questões que, ao longo de décadas, sempre foram naturalizadas e consideradas de menor importância, mas que não o são. Uma delas é a questão do assédio sexual, que está generalizada na sociedade, nas relações entre homes e mulheres. Portanto é importante desenvolver processos formativos para que as pessoas possam se sentir convidadas a desmistificar esses comportamentos naturalizados, desconstruir e construir outras formas de relações que não venham a significar a objetificação dos corpos”, destaca a professora Rosemeire.

 

Texto e foto: Letícia Nassar
Edição: Thereza Marinho