Começa nesta segunda, 13, a Mostra Cineclube Teresa de Benguela

10/08/2018 - 17:52  •  Atualizado 15/08/2018 10:30
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Começa nesta segunda-feira, 13, a segunda edição da Mostra Cineclube Teresa de Benguela, denominada Encontros. A Mostra vai até 15 de agosto, no Cine Metrópolis, no campus de Goiabeiras da Ufes. O evento é gratuito e aberto a todos os públicos.

As sessões têm início sempre às 18 horas e cada exibição de filme será seguida de debate e roda de conversa sobre processos criativos e de produção cinematográficos (confira abaixo a programação completa).

O Cineclube Teresa de Benguela realiza a Mostra anualmente, propondo discutir cinema a partir da reunião de uma filmografia dirigida, produzida e roteirizada por mulheres negras para fomentar a reflexão sobre o processo criativo e os desafios enfrentados na realização audiovisual.

Hegli Lotério, graduada em Cinema e Audiovisual pela Ufes e coordenadora e curadora do Cineclube Teresa de Benguela, diz que a ideia é buscar a aproximação do público a essas realizadoras, promovendo um intercâmbio cultural com cineastas de outros estados que participam do evento. “Pensamos no nome Encontros e o que ele representa, já que são nos encontros, no espelho, que nos reconhecemos e nos fortalecemos para a caminhada”, explica Hegli.

A edição de 2017 da Mostra, a inaugural Trajetórias, foi maior, oferecendo três oficinas pela manhã, mostra Abayomi (bonecas negras) no período da tarde e mais de 20 filmes, palestras e mesas redondas durante os cinco dias de programação. Este ano, as organizadoras optaram por fazer a edição Encontros mais objetiva, com mais tempo para debater os filmes (previsão de 90 minutos), um laboratório de aprimoramento de projetos audiovisuais e uma oficina de capacitação em projeto cultural, em três dias de evento noturno somente no Cine Metrópolis. “A Mostra é uma festa, uma celebração à potência dos encontros. Esperamos contar mais uma vez com o público que tem abraçado o Cine Teresa e comparecido às atividades que a gente propõe”, declara a coordenadora do evento.

Para acompanhar as sessões dos filmes da Mostra não é necessário fazer inscrição, mas os interessados em participar da oficina “Elaboração de Projeto Cultural”, com a facilitadora Thiara Pagani, devem se inscrever por meio do link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSevqNSpxlnAtNFVZBx6trU5AY0GR9Tu9hgf5WappyWPsD1Xrw/viewform até 11 de agosto. Caso o participante queira receber certificado, que será emitido apenas àqueles que comparecerem aos três dias de atividades, deve assinalar o interesse no ato da inscrição.

Panorama

Para Hegli, as realizadoras negras que estão à frente das produções audiovisuais ainda correspondem a um percentual baixo e mudar esse cenário exige investimento em formação de público, capacitação profissional, fomento à produção de filmes e disponibilização de espaços em que as produções possam ser exibidas. “Nós ainda somos sub-representadas no cinema nacional, mas estamos numa geração em que as políticas de ação afirmativa têm fomentado o início de alguma mudança. Com isso, o número de mulheres negras que escolhem o audiovisual como forma de expressão tem sido crescente”, analisa ela.

Dentre as cineastas negras atuantes no Espírito Santo destacam-se Charlene Bicalho, Daiana Rocha, Karol Mendes, Xis Makeda e Larissa Azevedo. Já no cenário nacional, podem ser citadas Juliana Vicente, Renata Martins e Joyce Prado, de São Paulo; Heloá e Martha Sales, de Sergipe; Camila Moraes, do Rio Grande do Sul; Dandara de Morais, de Pernambuco; Beatriz Vieirah, da Bahia; e Sabrina Fidalgo, Safira Moreira e Adélia Sampaio, do Rio de Janeiro.

 

Serviço:

2ª Mostra Cineclube Teresa de Benguela: Encontros

Segunda-feira, 13, às 18h
O Caso do Homem Errado (70’) e debate com a diretora Camila de Moraes e a roteirista Mariani Ferreira

Terça-feira, 14, às 18h
Curtas e Roda de conversa com Charlene Bicalho, Xis Makeda, Tamyres Batista e Karol Mendes

Quarta-feira, 15, às 18h
Curtas e Roda de conversa com Quesia Pacheco, Larissa Azevedo, Barbara Casé e Láisa Freitas

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho