Cine Metrópolis exibe Mostra Especial Agnès Varda neste domingo, 19

17/05/2019 - 18:28  •  Atualizado 20/05/2019 11:10
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Em comemoração aos 65 anos da Ufes, celebrados em maio, 19 de maio, o Cine Metrópolis exibe no domingo, 19, às 16 horas, a Mostra Especial Agnès Varda, com a apresentação do longa Jacquot de Nantes, além de dois curtas-surpresa. O evento contará com um debate que terá a participação do professor do Departamento de Comunicação Social e curador da Mostra Erly Vieira Junior, da produtora e diretora Úrsula Dart e da pesquisadora e realizadora Luana Cabral. A entrada é gratuita.

Jacquot de Nantes é um documentário ficcional sobre o diretor e roteirista francês Jacques Demy (1931-1990), com quem a cineasta Agnès Varda, diretora do filme, foi casada de 1962 até a morte dele.

No longa, lançado menos de um ano após a morte do diretor, Agnes apresenta uma evocação à infância do pequeno Jacquot, o menino que cresceu em uma garagem, onde todos gostavam de cantar. Jacques fica fascinado por todo tipo de espetáculo e, no final dos anos 1930, aos oito anos de idade, adquire uma câmera portátil.

O longa aborda o início da juventude, os primeiros filmes caseiros, as primeiras sessões familiares, as decisões motivadas pela paixão pela sétima arte e a vocação para o cinema e para os musicais.

Quem foi Agnès Varda

Cineasta belga radicada na França, Agnès Varda nasceu em 1928. Foi uma das vozes do nouvelle vague, movimento que marcou o cinema francês contestatório no fim dos anos 1950 e na década de 1960. Influente tanto na ficção quanto no documentário, foi a única mulher a ganhar a Palma de Outro honorária e a primeira diretora a ganhar o Oscar pelo conjunto da obra.

Seu primeiro filme foi La Pointe Courte, de 1955, considerado por muitos críticos como um dos filmes que inspiraram a nouvelle vague. Em seguida, dirigiu Clèo das 5 às 7 (1962), uma das várias produções em que Agnès colocou as mulheres no centro da narrativa. Uma canta, a outra não (1977), Sem teto nem lei (1985) e Jane B. por Agnès V. (1988) são outros exemplos dessa tendência.

O documentário autobiográfico Varda por Agnès (2019), último filme da cineasta, é um documentário autobiográfico que fala da experiência da Varda como diretora, trazendo reflexões sobre o que ela chamava de “cine-escrita”. Para ela, os principais elementos do cinema (composições, pontos de vista, movimentos, ritmos, edição) eram escolhidos da mesma forma que um escritor escolhe palavras.

Varda foi casada com Jacques Demy por 28 anos e abordou sua vida e carreira em filmes como O Universo de Jacques Demy (1995) e o próprio Jacquot de Nantes. O casal teve dois filhos: o ator, diretor e produtor Mathieu Demy, e a atriz, figurinista e produtora Rosalie Varda.

Agnès Varda morreu no dia 28 de março deste ano, aos 90 anos.

 

Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho