Centro de Artes abre ano letivo com conferência da professora Olgária Matos

02/03/2015 - 16:43  •  Atualizado 05/03/2015 11:10
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O Centro de Artes da Ufes realiza nesta sexta-feira, 6, às 11 horas, a conferência Capitalismo e aceleração: arrogância e cultura do excesso, que será proferida pela professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Olgária Matos. O evento marca a abertura do ano letivo de 2015 e será realizado no auditório do Centro de Artes, com entrada gratuita.

A pesquisadora analisará a aceleração do tempo presidida pelo advento da “Vontade” no espaço público, tendo em vista as transformações na esfera da vida privada e as permanentes inovações tecnológicas.

Para Olgária Matos, na dificuldade de se estabelecerem valores no longo prazo, o progresso desconhece finalidades e é sem direção. A arrogância da modernidade se manifesta na ideia segundo a qual “o homem tem a aptidão de ser a causa de tudo o que lhe acontece” e é “o autor do progresso na direção do melhor”. De onde a cultura do excesso resulta em políticas e decisões fixadas no curto prazo, na substituição da ideia de cidadania pela de identidades, daquela de direito por direitos, narcisistas e arcaizantes. Nesse sentido, a autora de “Benjaminianas. Cultura capitalista e fetichismo contemporâneo” interpreta a sociedade do conhecimento, da comunicação e da informação que é também pós-democrática, é o "reino da aclamação" e da universalização da doxa, com a tendência ao fim da capacidade de duvidar e de pensar.

Perfil

A professora Olgária Matos possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestrado em Filosofia pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) e doutorado em Filosofia pela USP. Tem experiência na área de Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: política, cultura, expressões artísticas, razão, democracia e história. Publicou, entre outros, os livros “Benjaminianas. Cultura capitalista e fetichismo contemporâneo”, “Contemporaneidades”, “Adivinhas do tempo: êxtase e revolução” e “Discretas Esperanças: reflexões filosóficas sobre o mundo contemporâneo”. 

Por Thereza Marinho, com informações do Centro de Artes da Ufes